Precisa recuperar

Pandemia e alta do ICMS em SP fazem vendas de veículos iniciarem 2021 em queda

O aumento dos casos de Covid-19 pelo país gerou várias novas medidas restritivas

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Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Em janeiro de 2020, o cenário econômico brasileiro era muito diferente do primeiro mês deste ano. Antes da pandemia, as Associações das montadoras previam uma alta nas vendas de veículos e os primeiros 30 dias apontavam o caminho. Veio a crise na saúde, e consequentemente na economia, e derrubou todas as previsões. 

Ainda sem estimativa de quando a pandemia acabará, inclusive com nova alta nos casos e nas mortes, com novas medidas restritivas para evitar a maior disseminação do vírus e com medidas absurdas como o aumento do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) no estado de São Paulo, as vendas de veículos fecharam janeiro em queda vertiginosa. 

No primeiro mês do ano, foram emplacados 162.567 veículos, 11,7% a menos do que no mesmo período de 2020, quando 184.112 unidades foram vendidas. Comparado com dezembro, a queda foi ainda maior, de 30,17% (232.795). 

Segundo o presidente da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), Alarico Assumpção Júnior, o mês de janeiro, historicamente, costuma apresentar uma pequena retração nas vendas, mas o problema este ano foi além. 

“Os gastos das famílias aumentam nesse primeiro mês do ano, com matrículas e materiais escolares, IPVA, entre outras despesas. Além disso, alguns modelos estão com pouca disponibilidade no mercado, em função da falta de componentes, o que tornou previsível a queda nas vendas desses segmentos”.

Alarico ainda reclama da alta do ICMS em São Paulo. “Regionalmente, tivemos fatos negativos, como os criados pelo Governo do Estado de São Paulo, que, em plena pandemia, aumentou o ICMS para veículos novos e usados, tornando os negócios das concessionárias quase que impraticáveis e colocando em risco mais de 70 mil empregos no estado”.

As vendas de caminhões, por outro lado, iniciaram o ano em ritmo forte. Em janeiro, foram emplacados 7.262 veículos, alta de 1,13% comparado com o mesmo período de 2020 (7.181 unidades), mas com uma retração de 24,66%, na comparação com dezembro do ano passado (9.639 unidades). 

Entre as motocicletas, 85.839 unidades foram emplacadas em janeiro. Apesar do número alto, ainda representa uma queda de 6,38% sobre janeiro de 2020, quando foram emplacadas 91.691 motos e de 13,14%, comparado com dezembro passado (98.829 unidades).

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