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Mesmo em recuperação, produção de veículos tem pior julho desde 2003

No último mês, foram produzidos 170,3 mil veículos no Brasil, 73% a mais que em junho

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Produção de veículos cresceu 73% em julho quando comparado com junho. Foto: FCA.

Desde março, por causa da pandemia do novo coronavírus, o Brasil — e o mundo — vivem uma grave crise econômica. Nos últimos meses, diversos setores da indústria nacional apontam uma recuperação, a automotiva é uma delas, ainda sim, estão longe de voltar ao patamar do início do ano, pré-pandemia. 

Segundo dados da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), em julho, saíram das fábricas brasileiras 170,3 mil veículos. Quando comparado com junho, o número é animador, com alta de R$ 73% (98,4 mil unidades). Mas se a comparação é com o mesmo mês de 2019, a queda ainda é grande, de 36,2% (267 mil), o pior julho desde 2003. 

O acumulado do ano também preocupa. Como praticamente todas as fábricas do país ficaram fechadas do fim de março até meados de maio, a produção total ainda está muito abaixo da de 2019. A queda é de 48,3% (899,6 mil de 2020 contra 1.741 milhão de 2019). 

Por causa do tempo parado — e graças ao estoque que havia — o setor apresenta uma peculiaridade rara de ser ver. Até o momento, o Brasil mais vendeu automóveis do que produziu, algo pouco comum no segmento. 

“O ritmo de vendas diário de julho foi 20% superior ao de junho, o que demanda cautela na análise de como será a recuperação no segundo semestre. Ainda temos uma pandemia que não deu trégua, com casos crescentes de Covid-19 em estados importantes do país. É como se estivéssemos em uma estrada sinuosa e com forte neblina, com grande dificuldade de enxergar o horizonte com clareza”, avalia Luiz Carlos Moraes, Presidente da Anfavea. 

Entre os caminhões, os números estão parecidos com os de veículos leves. Em julho, saíram 6,8 mil unidades das linhas de produção do país, alta de 22,3% em relação a junho (5,6 mil) e queda de 37,5% comparado a julho de 2019 (10,9 mil). No acumulado, a redução está menor, de 37,3% (41,6 mil de 2020 contra 66,3 do ano passado).

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