Teste da semana

Já testamos! Como se comporta a versão topo de linha do novo Ford Territory

O modelo esbanja espaço interno e tecnologia, mas o câmbio deixa a desejar

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Ford Territory. Fotos: Geison Guedes/DP.

Após quase dois anos de expectativas, a Ford finalmente apresentou o Territory no Brasil. O modelo, que entra em pré-venda a partir desta sexta-feira (7), chega para competir em um segmento duro, com um líder quase imbatível. Já rodamos na versão topo de linha, que tem boas virtudes e alguns deslizes, que podem pesar. 

Como quase todos os carros a venda no Brasil, de cara, o SUV médio tem um grande problema, o preço. A Titanium, versão topo de linha do modelo, sai por salgados R$ 187.900. Para se ter uma ideia, o líder do segmento, o Jeep Compass, em sua opção mais completa, com motor flex, custa R$ 172.140, ou seja, uma diferença de R$ 15.760. 

O Territory é novo SUV da Ford para o Brasil.

Se olharmos para adversários diretos do Territory a diferença é ainda maior. O Volkswagen Tiguan Comfortline (a Highline tem um conjunto mecânico muito acima), sai por R$ 179.140. O Chevrolet Equinox Premier, na versão 1.5 (assim como o Tiguan, a 2.0 é muito superior em motor), custa R$ 165.490. 

O preço elevado do modelo da Ford tem uma justificativa. Enquanto o Compass é nacional e Tiguan e Equinox são produzidos no México (de onde vêm sem taxa de importação por causa de acordos comerciais) o Territory é produzido na China. Com isso, ele conta com todos os encargos e a pressão de um dólar acima dos R$ 5. 

Fora do comum

O acabamento é muito bem feito.

Mas vamos falar do carro em si. Um ponto interessante é que, modelos novos tendem a chamar muita a atenção na rua, sempre gerando “quebras de pescoço”. Não é o caso do Territory, em parte. No trânsito, ele não chamou muita atenção. Mas parado, ao passarem por ele, as pessoas davam uma segunda, terceira olhada, principalmente pelo interior. 

Gosto é algo sempre muito particular, mas podemos afirmar sem medo de errar que a Ford acertou em cheio na cabine do SUV, principalmente da Titanium, com acabamento claro. Não teve uma pessoa que olhou o interior e não ficou admirada. O uso de materiais que imitam madeira e alumínio, além do grande uso de couro, deram um ar mais sofisticado ao utilitário.

Espaço de sobra para até cinco pessoas.

Falando em acabamento, o interior é muito bem feito. Sem rebarbas ou peças mal encaixadas, tudo está onde deve estar. Outra grande virtude do SUV é o espaço interno. Nisto, a Ford acertou em cheio. O modelo leva cinco adultos com folga. Mesmo se o motorista for alto, não gera nenhum aperto atrás dele. 

Até na frente o espaço é generoso, o motorista precisa até se acostumar, pois a perna não fica batendo na porta. Ele ainda vem com um generoso nicho no console central. O mesmo não podemos dizer do porta-malas, que é pequeno, ele leva apenas 388 litros. Aparentemente, a Ford preferiu focar no espaço interno e não no de cargas.  

Quase um 10

A grande central multimídia é um dos destaques do modelo.

Outro foco da Ford no Territory, além do generoso espaço interno, é o alto nível de equipamentos. A montadora recheou o SUV, principalmente na versão testada, a Titanium. Mas mesmo com uma lista generosa, sempre falta alguma coisa. 

Vamos começar pelos pontos negativos, que são poucos. O que mais faz falta é o ar-condicionado ser de apenas uma zona. Deveria ser de, no mínimo, duas, mas até três zonas cairia bem, afinal, estamos falando de R$ 187 mil. Outro porém, esse menos importante, é a partida remota só disponível pelo app, deveria tá na chave também. 

Saída de ar para traseira, mas o sistema tem apenas uma zona.

Por fim, falta um cornering light (as luzes de neblina acendem do lado que o volante está virando). Além disso, elas são halógenas, quando todo o resto — faróis baixo e alto, lanternas e luz de circulação diurna — é em LED. Outra falha é a abertura manual do porta-malas, pelo preço do modelo, deveria ser elétrica. 

Os destaques são muitos. Visualmente falando, o primeiro é o gigante teto solar panorâmico. A central multimídia de 10,1 polegadas também faz bonito. Ela tem conexão sem fio via Apple CarPlay, mas Android Auto é com fio. A tela é tão grande, que é possível determinar o tamanho das partes visualizadas.

O botão de partida fica no lado esquerdo do volante, diferente.

Os comandos são um pouco diferentes, mas fáceis de acostumar. O interessante é o botão de partida do motor, que fica em uma posição pouco usual, no lado direito do volante — comum no modelos da Porsche. 

Na parte da comodidade, destaque também para os bancos dianteiros com aquecimento e resfriamento, o do motorista tem regulagem elétrica (deveria ter no do passageiro também), carregador sem fio para smartphones, luz ambiente configurável em sete cores e painel de instrumentos 100% digital com três configurações diferentes. 

Painel de instrumentos digital com três configurações distintas.

Os itens de segurança também são muito bons. Ele vem com seis airbags (frontais, laterais e cortina), controles de estabilidade e tração, assistente de partida em rampa, monitoramento de pressão dos pneus, espelho retrovisor interno eletrocrômico e externos rebatíveis eletricamente, câmera 360º e sensores de estacionamento dianteiro e traseiro. 

O sistema de câmeras 360º é um caso a parte. Além da óbvia visualização de todo o perímetro do carro, é possível rodar por até 20km/h com ela em funcionamento, o que ajuda a ter uma visão ampla de toda a volta do veículo. Ainda é possível trocar a imagem clicando na tela ou utilizado o botão seletor no console central.

Faróis alto e baixo em LED.

 

Ele ainda vem com sensores de chuva e crepuscular, estacionamento automático, piloto automático adaptativo com stop and go (aquele que o veículo acelera e freia sozinho, muito útil em todas as situações, mas principalmente em engarrafamentos), monitoramento de ponto cego e alertas de mudança de faixa e de colisão frontal com frenagem autônoma de emergência.

O Territory apresenta uma outra novidade na marca, o FordPass Connect, aplicativo de conectividade que permite, entre outras, funções remotas como partida do motor com acionamento do ar-condicionado, travamento e destravamento das portas, Guard Mode (alerta de acionamento do alarme no celular), sistema de localização do veículo e alertas de funcionamento.

Calcanhar de Aquiles 

O motor de 150 cavalos é bom, mas bebe além da conta.

O Territory é equipado com um motor 1.5 turbo de 150 cavalos e 22,9kgfm de torque. A direção é elétrica e a tração, ao contrário do esperado, é apenas dianteira (a expectativa era que ele viesse, ao menos na topo de linha, com tração integral). Até aí, tudo bem. O problema mesmo é o câmbio, que pasteuriza todo o conjunto mecânico. 

O SUV utiliza uma caixa automática do tipo CVT, ou seja, a nada dinâmia transmissão contínua variável. Ele entra na onda das marchas simuladas, que se não tivesse não faria diferença também. Este tipo de câmbio é conhecido pela monotonia, as acelerações são feitas de forma muito progressiva, o que não combina em nada com um motor turbo.

O câmbio CVT é o grande porém do utilitário.

No caso específico do sino-americano, ele deixa o SUV sem graça. Pois não adianta pisar fundo que ele não vai sair em velocidade, na verdade, vai apenas urrar, como toda caixa do tipo. Como o nome indica, as acelerações são progressivas, o motorista precisa saber dosar a medida que aperta o acelerador. 

O motor é forte, o que até ajuda, não fosse turbinado, deixaria o utilitário muito mais fraco. Para fazer ultrapassagens, é preciso ignorar o fato do giro “bater no céu”, mas ele vai, só precisa de um pouco de calma. Se acostumando com a proporção de força que tem que exercer no acelerador, as saídas ficam melhores. O problema mesmo são as retomadas, que é preciso muita paciência. 

Visual elegante, com detalhes que apresentam robustez.

Tirando toda essa questão do câmbio, a dirigibilidade é boa. A direção elétrica atua muito bem e a suspensão, independente nas quatro rodas, trabalha bem também. O veículo absorve bem as imperfeições do solo e, mesmo em curva de alta, não há sensação de perda do controle da direção em momento algum, ele fica sempre no traçado correto. 

Outro grande porém, esse bem maior que o fato do câmbio ser CVT, é o consumo. Rodamos na cidade (lembrando que o gasto em Brasília é muito mais perto do de estrada) e por rodovias. O consumo médio final ficou em assustadores 7,6km/l. É um ponto que pode pesar, principalmente em um modelo que o câmbio não deixa ser muito esperto. 

A opinião do Diário Motor

Ford Territory chega para brigar em um segmento de peso.

O Territory é um carro muito bom. No geral, a Ford mandou bem. Como a maioria dos modelos à venda no Brasil, tem seus poréns. Mas o pontos positivos são muito grandes também. O preço, para variar, assusta. Principalmente olhando para a concorrência. 

O grande destaque do SUV médio é o tamanho, com um espaço interno impressionante, ele leva cinco adultos sem problemas e com conforto, até para quem vai no meio. A lista de equipamentos também é muito boa, bastante generosa, apesar de um deslize aqui e outro ali. 

De porte médio, o SUV é muito mais espaçoso do que aparenta.

De negativo, o consumo e o câmbio CVT, a Ford deveria ter utilizado uma caixa automática tradicional, daria uma vida muito mais esperta ao utilitário. Mesmo assim, no geral, o carro vai muito bem. Para quem está pensando entrar na categoria, é uma boa opção. Nota: 8!

Ficha Técnica

Motor turbo, câmbio CVT e direção elétrica.

Motor: 1.5 turbo

Potência máxima: 150cv 

Torque máximo: 22,9kgfm 

Transmissão: automática tipo CVT

Direção: elétrica

Suspensão: independente nas quatro rodas 

Freios: a disco nas quatro rodas

Porta-malas: 388 litros  

Dimensões (A x L x C x EE): 1.674 x 1.936 x 4.580 x 2.716mm 

Preço: R$ 187.900

Ford Territory.
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Ford Territory. Fotos: Geison Guedes/DP.
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Ford Territory. Fotos: Geison Guedes
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