Fiat Argo Trekking, um veículo aventureiro que é a cara do Brasil
Testamos a versão baseada na Drive manual, ideal para andar nas vias acidentadas do país
Não é de hoje que a Fiat cria versões aventureiras para seus modelos. A marca foi a primeira a fazer uma maquiagem voltada para o fora de estrada leve com o Palio Weekend Adventure. Outra variação da montadora é a Trekking, que agora também equipa o Argo.
Testamos a configuração aventureira do hatch compacto da montadora italiana pelas ruas de Brasília. O modelo, que é a cara do Brasil, é ideal para se aventurar pelas selvas urbanas e seus asfaltos esburacados repletos de desníveis, graças a suspensão elevada. Ele parte de R$ 59.990.
A versão testada ainda conta com duas opções de pacote opcional: rodas de liga leve escuras de 15 polegadas por R$ 1.650 e câmera de ré por R$ 710. Na cor branca com teto preto, acrescenta mais R$ 800. Se o comprador quiser pintura metálica, é preciso mais R$ 2 mil, já a perolizada é necessário desembolsar mais R$ 2.200.
O conjunto mecânico é o mesmo da versão Drive 1.3 manual. O motor gera 109 cavalos e 14,2kgfm de torque. O câmbio é manual de cinco velocidades e a suspensão é 40mm mais alta que o Argo “normal”. Como diferencial, pneus Pirelli de uso misto.
Leve Maquiagem
Para reforçar o visual aventureiro, o Argo Trekking conta com saias laterais, frontais e traseiras, proteção dos para-lamas, teto, grade dianteira, spoiler, ponteira do escapamento e rack do teto em preto. Assim como rodas e os símbolos da marca escurecidos.
O modelo ainda conta com adesivos alusivos à versão. Por dentro, praticamente tudo em preto, apenas as costuras laranjas dos bancos não são escuras. Até o símbolo da Fiat no volante foi escurecido. Além disso, o nome Trakking foi bordado no encosto dos bancos.
O acabamento é bem feito, mas o materiais são simplórios. O interior é coberto de plástico duro e seco. O tecido dos bancos são agradáveis e ajudam a segurar bem o corpo nos assentos.
O espaço interno segue o padrão da categoria. Como os demais Argos, o Trekking não é o mais apertado, mas também não é o mais folgado. Quatro pessoas viajam com conforto, mas uma quinta gera um aperto desnecessário. O porta-malas de 300 litros tem um bom tamanho.
De bom tamanho
Carro no Brasil está caro e não é de hoje. Assim, mesmo modelos de R$ 60 mil podem ser considerados intermediários e não mais topo de linha, como é o caso do Argo Trekking. Dessa forma, a lista de equipamentos deve corresponder com a proposta do carro. Nisso, o hatch até que vai bem, mas tem seus deslizes.
De série, ele vem com os básicos vidros, travas, direção e ajustes dos retrovisores elétricos e ar-condicionado. A lista conta também com faróis de neblina, computador de bordo com velocímetro digital e central multimídia com tela de sete polegadas, conexão bluetooth e com smartphone via Android Auto e Apple CarPlay e duas portas USB.
Estes dois últimos itens são destaques entre os equipamentos. Nisso, a Fiat mandou muito bem. Principalmente na conexão com smartphone, que basta conectar o celular pelo cabo USB que a transmissão é feita. Assim como o velocímetro digital, que ajuda muito na hora da condução.
Já na parte da segurança, apenas sensor de estacionamento traseiro, sistema de monitoramento de pressão dos pneus e Isofix. Aqui, um ponto negativo para a Fiat. Pelo valor, o Trekking deveria contar, pelo menos, com controles de tração e estabilidade e auxiliar de partida em rampa.
Outro ponto é que, ele não conta com luz de circulação diurna. Mas pelo menos vem com faróis que ligam e desligam automaticamente junto com o motor, o que auxilia no momento de ficar com as luzes ligada mesmo de dia. Item que a Fiat utiliza há muito tempo em seus veículos.
Pela “selva”
Um veículo aventureiro, infelizmente, é a cara do Brasil. Este tipo de modelo se popularizou por aqui por ter uma suspensão mais alta e calibrada para rodar em terrenos mais acidentados, não necessariamente na terra, mas também nos asfaltos ruins país a fora.
Nisso, o Trekking se sai muito bem. Os 40mm a mais de altura, a reprogramação da suspensão e até os pneus de uso misto ajudam a diminuir o desconforto repassados por nossas vias. O sistema foi muito bem recalibrado pela montadora.
Com isso, o rolar está mais confortável e não repassa as imperfeições das pistas para a cabine, otimizando o conforto dos ocupantes a bordo do Argo. Além da suspensão elevada, completa o conjunto mecânico motor 1.3 e câmbio manual.
A transmissão funciona muito bem, com engates precisos. As trocas são feitas com facilidade e sem trancos, as marchas não “arranham”. Além disso, a embreagem é leve e não demanda muito esforço para utilizá-la, assim como a direção elétrica.
Mesmo com 109 cavalos, o motor trabalha bem. Não é uma expertise de potência, mas atua de forma honesta. Como o câmbio é manual, o motorista consegue trabalhar da forma que achar melhor as acelerações, se vai realizar as trocas mais cedo ou mais tarde.
Com isso, as manobras são feitas sem sustos. Ultrapassagens, saídas e retomadas de velocidade são feitas com segurança. Para um veículo com essa potência, ele atende muito bem.
Na parte do consumo, ele também foi bem, com média de 14km/l. Mas rodando em Brasília, onde as vias são bem mais planas e o trânsito não é tão pesado quanto em outros lugares. Com esse número, ele foi acima da média oficial da montadora, que é de 10km/l na cidade.
A opinião do Diário Motor
O Argo Trekking, assim como todo veículo aventureiro, é um veículo que é a cara do Brasil, pois é feito para otimizar o conforto em terrenos mais acidentados. O ponto é que este tipo de piso, muitas vezes é de asfalto, dos bem ruins, que vemos aos montes por todo o país, e não de terra.
Assim, ele se comporta bem na “selva urbana”, otimizando os desníveis das pistas e não repassando as imperfeições das vias para a cabine. O conjunto mecânico, apesar de mais simples, trabalha bem também e não demanda muito esforço do motorista. E o consumo também é bom.
A lista de equipamentos é boa, pela faixa de preço do carro — que como todo veículo no Brasil, é caro –, mas poderia ser melhor, principalmente na parte da segurança.
O espaço interno fica dentro da média da categoria. O visual aventureiro é leve e não causa estranheza, pelo contrário, é bem agradável. Vale a compra! Nota: 8.
Ficha Técnica
Motor: 1.3
Potência máxima: 109cv
Torque máximo: 14,2kgfm
Transmissão: manual de 5 velocidades
Direção: elétrica
Suspensão: independente na dianteira e semi-independente na traseira
Freios: a disco na dianteira e tambor na traseira
Porta-malas: 300 litros
Dimensões (A x L x C x EE): 1.503 x 1.724 x 3.988 x 2.521mm
Preço: R$ 59.990