Teste da Vez

Fiat Argo Drive com pacote S-Design, um 1.0 nada popular

Testamos a versão com detalhes escurecidos do hatch, que erra muito no preço

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Fiat Argo Drive S-Design. Fotos: Geison Guedes/DP.

Praticamente desde sempre, carros com motores menores assumem a função de modelos de entrada das marcas, ou seja, são os mais baratos. Há muito tempo, esse papel é feito pelos 1.0, os famosos mil. No entanto, esse “surto” coletivo que tomou de conta na industria automotiva, principalmente brasileira, fez com que esses veículos não sejam mais tão baratos assim.

Um grande exemplo dessa fase nada animadora — para os clientes — é o nosso “Teste da Vez”. Testamos o Fiat Argo Drive com motor 1.0 e pacote S-Design, que pode chegar a insanos R$ 64.120 se adicionado todos os opcionais. A versão testada não contava com todos, com isso, sai por não menos salgados R$ 59.710. 

O modelo parte de R$ 54 mil, mas pode chegar a insanos R$ 64 mil.

Sim, você leu corretamente, a Fiat está cobrando quase R$ 65 mil em um veículo 1.0 e nem é daqueles motores modernos, turboalimentados, é o clássico aspirado mesmo. Sem nenhum opcional, ele continua caro, partindo de “módicos” R$ 54.390, mas por esse preço não vem nem com central multimídia, sensor de estacionamento ou controle de tração. 

Para contar com alguns desses itens é preciso ir adicionando os pacotes extras. O Kit Multimídia Uconnect custa R$ 3.050. O estilo visual S-Design sai por R$ 1.320 e agrega ar-condicionado digital, vidros elétricos traseiro, faróis de neblina, logo Fiat e interior escurecidos, retrovisores elétricos, badge lateral S-Design e moldura interna das portas, retrovisores, spoiler traseiro, calotas das rodas e painel com detalhes e acabamento exclusivos.

O spoiler escuro faz parte do pacote S-Design.

A versão testada conta com pintura sólida vermelha, um acréscimo de R$ 950 (apenas a cor preta não tem custo extra). Se o comprador quiser alguma metálica ou perolizada, precisa desembolsar R$ 1,8 mil. Há opção de teto em preto, mas apenas se não escolher o pacote S-Design. 

O Argo Drive ainda pode ser equipado com outros dois pacotes extras. O Kit Tech (R$ 1.630) acrescenta Start&Stop, controle de tração e estabilidade e auxiliar de partida em rampa. Já o Kit Parking (R$ 1.930), agrega sensor de estacionamento e câmera de ré. Ou seja, para ter tudo isso, é necessário desembolsar insanos R$ 64.120 em um veículo 1.0. 

Lista enxuta

A maioria dos itens presentes vem apenas como opcional.

Como podem ver, muitos equipamentos que deveriam ser básicos, só são ofertados nos pacotes opcionais. Se vocês escolher apenas a versão básica do Argo Drive, ele vem somente com ar-condicionado, banco do motorista com regulagem de altura, computador de bordo e tela de 3,5 polegadas no painel de instrumentos, predisposição para rádio e direção, travas e vidros dianteiros elétricos.

De segurança, apenas equipamentos obrigatórios como airbags frontais, freios ABS, encosto de cabeça e cinto de três pontas para todos os ocupantes, sistema Isofix para fixação de cadeirinhas infantis e só! Outros itens apenas nos pacotes extras. 

Muito econômico

O hatch utiliza o moderno motor firefly 1.0 de três cilindros.

Outro quesito, muito comum em veículos 1.0 é a economia de combustível. Pelo menos neste ponto, o Argo manda muito bem. Durante o teste, ele marcou excelentes 15.4km/l. Lembrando sempre que, em Brasília, as ruas são mais largas e planas, o que contribui para um consumo otimizado. 

O propulsor utilizado pelo Argo é o moderno firefly três cilindros que gera 77 cavalos com etanol e 72 com gasolina. O torque máximo é de 10,9 e 10,2kgfm. O câmbio é manual de cinco velocidades e a direção é elétrica. A peça deixa o hatch ainda mais fácil de manobrar, além do volante ficar mais firme em altas velocidades. 

O consumo foi um dos pontos altos do modelo.

Um dos porém é que, como não tem controles de tração e estabilidade (o modelo testado não conta com o Pach Tech), o motorista precisa de um cuidado maior na direção, principalmente nas curvas e com asfalto molhado. Alguns podem dizer que é uma “condução raiz”, mas nada melhor que itens tecnológicos para deixar tudo mais seguro. 

No mais, o motor atende dentro de suas limitações, afinal é um 1.0, as manobras podem ser feitas com segurança, mas não dá para exigir muito dele. O câmbio trabalha bem, sem trancos e é possível realizar as trocas de forma tranquila, sem qualquer problema. No geral, o conjunto é bem honesto, com grande destaque no ótimo consumo. 

Aderindo à moda

Interior também é todo escurecido.

Visualmente falando, o grande destaque do Argo Drive é o pacote S-Design. Disponibilizado em diversos modelos da marca, o pack adere à recente moda de modelos escurecidos. Com isso, vários detalhes do hatch são em preto, das calotas ao logo da Fiat, passando pelo interior, espelhos retrovisores e spoiler traseiro.

Com isso, o hatch compacto que já tem um visual interessante, ainda muito moderno (o modelo tem pouco mais de três anos de mercado) fica ainda mais elegante. Claro que design é uma questão de gosto. O ponto positivo, é que como ele é um pacote extra, se a pessoa não achar interessante, basta não acrescentar o pack. 

Até as calotas, sim calotas, são escuras.

Por dentro, o visual todo preto permanece. Os bancos são em tecido escuro, assim como as portas, colunas e até o teto. O símbolo da marca no volante também é no padrão escurecido, no mesmo estilo do que vai na grade frontal. Tirando o tom preto, a cabine é exatamente a mesma. O acabamento é bem feito e não há rebarbas ou peças mal encaixas, mas o material é simples, tudo plástico duro.  

Como um veículo compacto, espaço não é o forte do Argo. Quatro adultos até conseguem ter um certo conforto, mas nada muito exagerado. Um quinto gera aperto desnecessário. O porta-malas tem bom espaço, para o padrão da categoria, sendo um dos maiores com 300 litros de capacidade. 

A opinião do Diário Motor

O hatch custa muito mais do que vale.

O maior erro da Fiat no Argo Drive com pack S-Design está em um quesito que praticamente todas as marcas estão mandando mal, o preço. O modelo é honesto, dentro de suas limitações, principalmente de motor, mas custa muito mais do que deveria. 

Para um veículo considerado de entrada, com motor 1.0 e câmbio manual — mesmo com todos os extras — custar quase R$ 65 mil é um absurdo. Para se ter uma ideia, o Argo Trekking 1.3 sai por menos que isso e o 1.8 com câmbio automático é um pouco mais caro apenas.

Tirando os detalhes escuros, o modelo é idêntico aos demais.

No geral, o carro é honesto, com acabamento bem feito, espaço dentro da proposta da categoria, visual agradável, principalmente com os detalhes escurecidos e consumo muito bom. Se o motorista estiver focado no gasto com combustível no dia a dia, pode até valer a pena, mas no geral, não, basicamente por causa do preço. Não vale a compra! Nota: 4.

Ficha Técnica

Fiat Argo Drive S-Design.

Motor: 1.0

Potência máxima: 77/72cv 

Torque máximo: 10,9/10,2kgfm 

Transmissão: manual de 5 velocidades

Direção: elétrica

Suspensão: independente na dianteira e semi-independente na traseira

Freios: a disco na dianteira e tambor na traseira

Capacidade de carga: 650kg 

Dimensões (A x L x C x EE): 1.595 x 1.732 x 4.474 x 2.737mm 

Preço: R$ 79.990

Fiat Argo Drive S-Design.
Fiat Argo Drive S-Design.
Fiat Argo Drive S-Design.
Fiat Argo Drive S-Design.
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7º → Fiat Argo → 65.937 unidades
Fiat Argo Drive S-Design.
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Fiat Argo Drive S-Design. Fotos: Geison Guedes/DP.
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