Estilo ‘Black Tie’, GM Onix Plus Midnight, um sedã compacto com ar executivo
Testamos a nova versão, — quase — toda preta, do três volumes da Chevrolet
Que o Chevrolet Onix é um sucesso no mercado brasileiro, tudo mundo já sabe. O hatch fecha mais um ano, com folga, na liderança entre todos os veículos. Mas em 2020, quem vem surpreendendo é a variação sedã do compacto. No final de 2019, o modelo assumiu de vez o nome da família e passou a ser chamado de Onix Plus.
Junto com a nova identidade, vieram novas responsabilidades, ele logo se tornou o sedã compacto mais vendido do país e, em alguns momentos, só não emplacou mais que o próprio irmão. Ao fim do ano, ficará em terceiro, mas colado no segundo colocado, o Hyundai HB20.
Mas fugindo a regra do “em time que está ganhando, não se mexe”, a Chevrolet continua apresentando novidades para a família Onix, tudo para manter os irmãos no topo de seus segmentos. Em 2020, mesmo em meio a crise gerada pela pandemia do novo coronavírus, a marca lançou o Onix Plus Midnight, a versão toda preta do sedã. E é justamente ela o nosso último “Teste da Vez” de 2020.
O primeiro modelo a receber a configuração Midnight foi a S10, o sucesso foi tão grande, que logo a marca decidiu expandir o estilo para outros modelos, como o Tracker (na geração anterior), Trailblazer e Equinox (que não contam com a opção na linha 20/21) e agora no Onix Plus.
Como nos outros modelos, ela é baseada nas versões de intermediárias do sedã, no caso, entre a LTZ e a Premier. O preço, como todo o mercado brasileiro de automóveis, assusta. Sem pacote de opcionais e sempre na cor preta, ela sai por salgados R$ 81.890.
O conjunto mecânico é o mesmo que equipa as versões citadas, ou seja, o já consagrado motor 1.0 de três cilindros turbo que gera 116 cavalos, aliado a uma transmissão automática de seis velocidades e direção elétrica.
“Black Tie”
Sempre falamos que gosto é algo subjetivo, tem gente que pode achar algo muito bonito e outras pessoas não. Mas é inegável que a família Onix, como um todo, evoluiu muito no quesito design. O sedã ficou muito mais elegante, principalmente pela dianteira, que passa um ar de maior esportividade.
O estilo é — quase — todo escuro, a gravata (símbolo da Chevrolet), as rodas, os frisos e até o nome do carro estão em preto, o que deixa o sedã com uma pegada executiva interessante. O estranho é que as inscrições “turbo” e da versão foram mantidas em cromo.
Por dentro, o maior porém no “todo preto”, as colunas internas e o teto não são escuros, um deslize grande da marca. Se as peças, assim como todo o resto da cabine, fossem em preto, traria um visual ainda mais elegante ao sedã. O tom escuro é visto, mais uma vez, na gravata, agora a do volante, e nos detalhes que, na Premier, são em cor diferente, como no painel e nas portas.
Tirando as tonalidades escuras, o design é o mesmo das demais versões. Como o modelo cresceu, o espaço interno é muito bom, principalmente para um sedã compacto. Quatro pessoas viajam com extremo conforto, uma quinta sempre sofre mais por causa do túnel central. O porta-malas também se destaca, com seus 469 litros.
Mediano
O maior porém da Midnight é a lista de equipamentos. Não que ela seja ruim, longe disso. Para uma versão intermediária é bem interessante, mas para um veículo de R$ 81 mil, não. Mas ela consegue vir com menos itens que a Premier, que conta com duas portas USB para a traseira e conectividade sem fio com smartphones, coisa que a Midnight não tem.
Na parte da segurança, ele conta com seis airbags, câmera de ré (com destaque para a qualidade do sistema em conjunto com a tela da central multimídia), sensor de estacionamento traseiro, luz de circulação diurna em LED, auxiliar de partida em rampa, piloto automático e controles de tração e estabilidade.
Entre os itens de comodidade, os únicos destaques são a abertura das portas e partida do motor por meio da chave com sensor e acendimento automático dos faróis. De resto, equipamentos básicos, como vidros e travas elétricas, ar-condicionado manual (bem que poderia ser digital) e central multimídia com tela de oito polegadas e conexão com smartphones.
O grande destaque
Como tudo na família Onix, o conjunto mecânico foi elevado a outro patamar e no Plus não é diferente. Ele conta com um moderno motor 1.0 de três cilindros que gera 116 cavalos e 16,4kgfm de torque. Ele vem acompanhado de direção elétrica e câmbio automático de seis velocidades, o deslize fica pelos freios, que só são a disco nas rodas dianteiras.
Como o irmão, o sedã é muito esperto. Na cidade ou na estrada, o comportamento dinâmico do Onix ficou muito bom, o propulsor trabalha bem e deixa ultrapassagens, por exemplo, bem seguras. É só pisar no acelerador que ele dispara pelo asfalto. As demais manobras, como saídas e retomadas de velocidades, também são feitas com extrema facilidade.
Os controles de tração e estabilidade ajudam a manter o carro “na mão”, mesmo em curvas de alta o veículo passa uma sensação de segurança ao motorista, não saindo do traçado em momento algum. O câmbio é muito bom também, as trocas são feitas com precisão e de forma confortável, sem qualquer tranco.
Outro destaque do modelo, como um bom sedã deve ser, é o conforto da suspensão. Mesmo com uma pegada um pouco mais esportiva, o sistema atua bem, sem repassar as — muitas — imperfeições das vias para a cabine. Deixando a viagem mais confortável.
Assim como no hatch, sentimos falta de alguns detalhes, que não atrapalham em nada no dia a dia, mas que elevariam ainda mais a dirigibilidade. As opções de trocas manuais são na própria alavanca, poderiam ser em borboletas no volante, e ele deveria ter modos “Eco” e “Sport” também.
Outro destaque do conjunto mecânico é o consumo. Durante nosso teste, ele marcou, em média, 11,3km/l com etanol. É praticamente o consumo de muito veículo com gasolina. Vale lembrar que, em Brasília, com ruas mais largas e planas, o consumo é sempre mais próximo do voltado para estrada do que para cidade. Mesmo assim, o Onix Plus vai muito bem.
A opinião do Diário Motor
Ao assumir o nome Onix, o sedã compacto da Chevrolet “incorporou” toda a qualidade da família. O modelo, em sua versão “Black Tie”, com quase todos os detalhes em preto se destaca bem, principalmente pelo estilo moderno, conjunto mecânico afinado e espaço interno.
A adoção do propulsor turbinado foi uma escolha, até demorada, mas certeira da Chevrolet. O modelo anda bem, realiza manobras com segurança e ainda é econômico. O visual todo preto deixa o sedã mais elegante. Só a lista de equipamentos que poderia ser melhor, olhando o preço dele. Mesmo assim, vale a compra! Nota: 8.
Ficha Técnica
Motor: 1.0 turbo
Potência máxima: 116cv
Torque máximo: 16,8kgfm
Transmissão: automática de 6 velocidades
Direção: elétrica
Suspensão: independente na dianteira e semi-independente na traseira
Freios: a disco na dianteira e tambor na traseira
Porta-malas: 460 litros
Dimensões (A x L x C x EE): 1.470 x 1.731 x 4.474 x 2.600mm
Preço: R$ 81.890