Diferenciados

Conhece a Donkervoort? É a montadora holandesa de esportivos exóticos

A marca produz os bólidos manualmente, que mais se parecem com dragsters

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Donkervoort D8 GTO JD70 Bare Naked Carbon Edition. Fotos: Donkervoort.

Em 1978, o holandês Joop Donkervoort adquiriu uma franquia de importações de kit de peças automotivas. Ao montar o projeto, ficou sabendo que o carro em si não tinha homologação para rodar pelas ruas da Holanda. Para isso, seria necessário realizar diversas modificações no chassi e, assim, Joop resolveu “entrar de cabeça” no projeto. Ali nascia a Donkervoort Automobielen.

O primeiro modelo da marca foi batizado de S7 (ou Super Seven), logo depois veio o S8. Ambos, como modelos atuais, mais parecem carros de corrida do que veículos de passeio. Os primeiros, inclusive, lembram muito bólidos da década de 1950 da Fórmula 1. Juntos, nos primeiros anos, 140 unidades dos dois saíram da pequena fábrica, quase caseira.

Donkervoort S7 e S8, os primeiros modelos.

Com o aumento da demanda, em 1983, Donkervoort mudou a fábrica de lugar para um edifício maior, na cidade de Loosdrecht. Lá, desenvolveu o S8A, com novo chassi, suspensão independente e injeção eletrônica de combustível. Mais tarde, ele evoluiu para o S8AT, que possuía um chassi mais amplo e um turbo que fornecia 50 cavalos adicionais.

Em 1988 a marca passou pela segunda grande mudança, agora no nome dos modelos. Durante o Salão do Automóvel de Paris, a Donkervoort apresentou o D10, o primeiro modelo que não usava referência ao “Super Seven”, que nunca mais viria a ser utilizado. 

Fábrica da Donkervoort em Loosdrecht, produção manual.

Quatro anos mais tarde, a holandesa apresentou o D8, linha atual da marca. O modelo, utilizava um motor Zetec da Ford. Foi ele que, em 1994, introduziu a fibra de carbono da montadora, com o D8 Zetec Sport. De 1993 a 2001 a empresa promoveu a Donkervoort Cup, competição para clientes da marca, que usavam seus próprios veículos para correr.

No fim do século, outra importante mudança. A holandesa abdicou dos motores Ford e passou a utilizar propulsores desenvolvidos pela Audi, o primeiro a receber as novas caixas de força foi o D20 em 1999. No mesmo ano, o D8 recebeu o motor alemão, com cerca de 180 cavalos, em um chassi mais rígido. 

Desde 1999 a Donkervoort utiliza motores da Audi.

Em 2000, veio outra mudança de sede. Com o crescimento da marca, a empresa viu a necessidade de uma fábrica maior. Assim, nasceu a atual planta, de Lelystad, que, de início, tinha capacidade para produzir 100 veículos por ano, todos continuavam feitos a mão. E, em 2003, a unidade passou a produzir os próprios chassis. 

No ano seguinte, a marca apresentou o D8 Wide Track, modelo que serve de base para os Donkervoorts até hoje. O auge da marca veio em 2004 e 2006, quando pulverizou o recorde do circuito de Nürburgring, mais precisamente no Nordschleife, o famoso “Inferno Verde”. Em 2006 surgiu, em apenas 25 unidades, o D8 270 RS, em homenagem ao recorde na pista alemã. 

Donkervoort D8 GT.

Até então, todos os modelos da Donkervoort tinham algo em comum, eram cabrios, ou seja, o teto é removível, mas as colunas são fixas. O primeiro modelo totalmente fechado surgiu em 2007 com o D8 GT e seus míseros 650kg de peso total. O modelo foi responsável para a marca ter vitórias importantes em competições nos anos seguintes.

Em 2011 veio uma nova geração de veículos, totalmente feita em fibra de carbono. O D8 GTO compartilhava apenas 5% das peças com o 270 e cerca de 30% com o GT. O modelo surgiu equipado com o poderoso motor 2.5 de cinco cilindros da Audi, com 340 cavalos de potência. Graças a ele, a Donkervoort recebeu a Aprovação do Tipo de Pequenas Séries da Comunidade Europeia (ECSSTA, na sigla em inglês).

Donkervoort D8 GTO JD70 Bare Naked Carbon Edition.

A atual geração, começou a surgir em dezembro de 2016, primeiro em imagens. O modelo final, um D8 GTO RS, retornando com a lendária sigla, foi apresentado em 2017. Com melhorias aerodinâmicas significativas e um sistema de gerenciamento de motor atualizado, o D8 GTO RS foi considerado o GTO mais rápido há época. Agora, a marca apresenta um novo modelo, o D8 GTO-JD70 Bare Naked Carbon Edition.

“Pelado”

O D8 GTO JD70 Bare Naked Carbon Edition tem fibra de carbono exposta.

Para o novo modelo, a Donkervoort “tirou as roupas” do D8 GTO-JD70. A Bare Naked Carbon Edition (BNCE) conta com com laca transparente ou colorida, em sua estrutura toda feita em fibra de carbono. O visual segue praticamente inalterado, com estilo dos Fórmulas 1 da década de 1950, bem parecido com Dragster, os famosos veículos de arrancada. 

Os JD70s com tecnologia BNCE podem ser fornecidos com uma aparência de carbono bruto ou nu ou com um revestimento de laca colorido em acabamentos fosco ou polido. Com isso, o esportivo holandês pesa míseros 700kg. 

São níveis diferentes de “nudez” do carbono.

Equipado com o forte motor Audi 2.5 cinco cilindros de excelentes 421 cavalos e surreais 53kgfgm de torque, aliado a uma transmissão manual de cinco velocidades com relação de tração de 3,31: 1, ele é o primeiro carro de produção do mundo a ter 2G de força lateral nas curvas e mais de 1G de aceleração. 

O BNCE foi desenvolvido para oferecer aos clientes a oportunidade de personalizar seus carros além da paleta usual de cores. A carroceria do JD70 é feita de fibra de carbono e Kevlar (fibra sintética de para-aramida, conhecida pela resistência e leveza).

O modelo também é homenagem aos 70 anos do fundador da marca.

A Bare Naked Carbon Edition já foi utilizada em outros modelos, mas atendendo a pedidos especiais de clientes. Essa é a primeira vez que a marca lança um modelo de linha com a opção, que conta com quatro níveis diferente de exposição da fibra de carbono. Desde ao sutil “atualização do carbono exposto”, até o pacote de arte “carbono exposto total”.

O primeiro, mostra o carbono exposto em camadas foscas ou brilhantes nos painéis laterais, compartimento do motor, capô, entradas de ar e todo o interior. O nível seguinte reduz ainda mais o peso com uma estrutura diferente de fibra. O último apresenta o carro totalmente em carbono exposto. 

Todo o interior é feito em fibra de carbono.

Há ainda o carbono colorido com exposição total, onde a Donkervoort oferece o carro completo em carbono colorido. As cores estão disponíveis mediante solicitação, mas até o momento, incluem verde, vermelho, azul, ouro e cinza, e também pode ter mistura metálica.

Na Europa, o Donkervoort D8 GTO-JD70 parte de 163.636 euros, o que, em conversão direta, da algo em torno de R$ 1 milhão, sem taxas e impostos. Um valor até baixo, quando se fala de hypercarros no Brasil, que, normalmente, custam na casa dos R$ 5 milhões para cima. Para ter uma unidade por aqui, basta algum endinheirado querer importar.

Donkervoort D8 GTO JD70 Bare Naked Carbon Edition. Fotos: Donkervoort.
Donkervoort D8 GTO JD70 Bare Naked Carbon Edition.
Donkervoort D8 GTO JD70 Bare Naked Carbon Edition.
Donkervoort D8 GTO JD70 Bare Naked Carbon Edition.
Donkervoort D8 GTO JD70 Bare Naked Carbon Edition.
Donkervoort D8 GTO JD70 Bare Naked Carbon Edition.
Donkervoort D8 GTO JD70 Bare Naked Carbon Edition.
Donkervoort D8 GT.
Donkervoort S7 e S8.
Donkervoort motor audi.
Donkervoort fábrica em Loos.
Donkervoort D8.
Donkervoort D8.
Donkervoort D8 GTO RS.
Donkervoort D8 GTO RS.
Donkervoort D8 GTO JD70 Bare Naked Carbon Edition.
Donkervoort D8 GTO JD70 Bare Naked Carbon Edition.
Donkervoort D8 GTO JD70 Bare Naked Carbon Edition.
Donkervoort D8 GTO JD70 Bare Naked Carbon Edition.
Donkervoort D8 GTO JD70 Bare Naked Carbon Edition.
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Donkervoort D8 GTO JD70 Bare Naked Carbon Edition.

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