Setor automotivo

Com quase todas as fábricas paradas, Brasil produziu 1,8 mil veículos em abril

Mesmo assim, as marcas estão dando suporte em diversas frente no combate ao Covid-19

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Produção de veículos em abril no Brasil foi de apenas 1,8 mil unidades. Foto: Renault.

Com a crise gerada pela pandemia do novo coronavírus, diversos setores da indústria paralisaram a produção. No mercado automotivo não foi diferente, praticamente todas as fábricas, de automóveis a máquinas agrícolas, foram fechadas para contribuir na proteção contra o coronavírus. Com isso, apenas 1,8 mil veículos foram fabricados no país em abril.

É o pior número da série histórica desde 1957 (quando a indústria começou a aferir os dados), ou seja, praticamente desde o início do boom industrial brasileiro, alavancado pelo governo do presidente Juscelino Kubitschek na década de 1950.

“Nunca vimos números tão ruins. A queda foi de 99% em relação a março e 99,4% quando comparado com abril de 2019”, aponta Luiz Carlos Moraes, presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).

A produção de automóveis em abril foi tão baixa, que é a mesma de máquinas agrícolas e rodoviárias fabricadas no mês, que normalmente é muito menor. Entre os caminhões, apenas 400 unidades foram produzidas no período. 

Com isso, a queda no acumulado do ano também é grande. Nos quatro primeiros meses foram produzidas cerca de 588 mil unidades, uma redução de 39,1% quando comparado ao mesmo período de 2020, quando foram fabricadas 965,4 mil automóveis. 

Mais uma vez a Anfavea afirma que é complicado apontar como será o ano do setor. “É muito difícil chegar a uma previsão, pois não há parâmetros na história para poder realizar um comparativo. Não sabemos por quanto tempo o impacto da doença irá trazer para cada cidade ou região”. 

No entanto, projeções da IHS Markit — provedora global de informações –, indicam uma queda para menos de duas milhões de unidades produzidas em 2020. A estimativa da Anfavea era superar os três milhões de veículos fabricados neste ano. 

Segundo Moraes, as paralisações das fábricas ocorreram de forma espontânea por parte das empresas e que, mesmo com os números ruins, a preocupação hoje é a segurança e saúde dos colaboradores de todas empresas. E que o setor está ajudando no combate à crise. 

“Mesmo com fábricas paradas, estamos utilizando as plantas e pessoal capacitado para contribuir no combate ao coronavírus. Estamos fabricando peças de proteção, ajudando no desenvolvimento e reparação de respiradores, inclusive com engenheiros atuando nas empresas que produzem esses equipamentos de saúde”.

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