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Após pior abril, indústria automotiva tem leve recuperação em maio

Ainda assim, a estimativa do setor é que a produção recue 40% ao fim do ano

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Produção de veículos inicia recuperação em maio.

Em abril, a produção de veículos no Brasil alcançou a marca negativa de o pior mês da série histórica iniciada na década de 1950. Por causa da pandemia do novo coronavírus, praticamente todas as fábricas do país ficaram paradas entre março e abril. 

Apesar de algumas marcas ainda não terem retomado a produção, diversas montadoras reabriram as linhas de produção ao longo do mês de maio. Com isso, mesmo muito longe do ideal, os números foram consideravelmente melhores que abril, com uma alta de mais de 2.000% entre os dois meses. 

Em maio, 43,1 mil veículos saíram das linhas de produções abertas, uma alta de 2.232% em relação a abril, que produziu míseras 1,8 mil unidades. No entanto, quando comparado com o mesmo período do ano passado, a queda foi de 84,4%, em maio de 2019 foram fabricadas 275,7 mil unidades. No acumulado do ano, a queda está em 49,2%: 630,8 mil de 2020 contra 1.241 milhão de 2019. 

Pela primeira vez desde o início da crise, a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), divulgou estimativas — nada animadoras — para a produção brasileira de veículos em 2020. 

Segundo a entidade, a queda deve ficar em 40%. A expectativa é que 1.675 milhão de veículos saiam das fábricas nacionais. Em 2019, foram produzidos 2.788 milhões de automóveis. Antes da crise, a estimativa era que neste ano voltássemos a superar a barreira das três milhões de unidades produzidas. 

Ainda de acordo com a Anfavea, as vendas de automóveis tendem a ser ainda mais prejudicadas pela crise econômica gerada pela pandemia do Covid-19. Para o presidente da associação, Luiz Carlos Moraes, ainda não é possível projetar com maior precisão a queda na produção, pois ela também depende do cenário das exportações, que continua nebuloso.

“Embora junho sinalize algum retorno mais efetivo às atividades, teremos sem dúvida o pior trimestre da história do setor automotivo. Resta esperar por uma reação no segundo semestre capaz de evitar maiores danos à cadeia automotiva brasileira”, aponta Moraes.

Entre os caminhões, o impacto da crise foi tão grande quanto entre os automóveis. Em maio, a produção ficou em 4,1 mil, 63,9% a menos que o mesmo período do ano passado. Quando comparado com abril, a alta foi de 906%, já que naquele mês foram produzidas míseras 400 unidades. 

No acumulado do ano o recuo está bem menor que entre os veículos de passeio. De janeiro a maio de 2020 foram produzidos 29,2 mil caminhões no Brasil, 35,8% a menos que o mesmo período de 2019, quando foram fabricadas 45,4 mil unidades. 

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