Derrubada viral

Após início promissor, crise do Covid-19 derruba produção de veículos em março

Antes da pandemia se instalar no Brasil, o país produzia cerca de 10 mil veículos por dia

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Produção de veículos despenca em março por causa da pandemia do Covid-19. Foto: Renault

O início de março apontava um mês promissor na produção de veículos no Brasil. A primeira semana teve, em média, 10,7 mil veículos produzidos por dia, com picos acima dos 12 mil, segundo informa a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). A segunda, superou 11 mil em média. Mas veio a pandemia do coronavírus e derrubou todo o mercado.

Com a crise gerada pelo Covid-19, vários governos pelo país adotaram medidas extremas para tentar conter a proliferação do vírus. A principal delas foi o isolamento social, apenas segmentos primordiais continuaram funcionando normalmente. Com isso, diversas montadoras resolveram suspender a produção, o que fez o mercado despencar. 

Se na primeira parte a produção ia bem, com a suspensão os números caíram vertiginosamente. As duas últimas semanas de março tiveram médias de apenas 1,2 mil e 1,4 mil veículos produzidos. Com isso, o mês fechou com 190 mil unidades fabricadas. 

Dessa forma, quando comparado com março do ano passado, a queda foi de impressionantes 21,1%, quando o país produziu 240,8 mil veículos, mesmo com o Carnaval. Em relação a fevereiro deste ano, a redução foi de 7%. 

A pandemia também contribuiu para a queda no acumulado do ano. No primeiro trimestre, foram produzidos 585,9 mil veículos no Brasil, 16% a menos que no mesmo período do ano passado, quando foram fabricados 697,8 mil unidades. 

“A segunda quinzena de março foi muito afetada pela crise do Covid-19, o que contribuiu para a queda no primeiro trimestre. Temos noção que o segundo trimestre será ainda pior, tanto para o setor, quanto para a economia no geral”, afirma Luiz Carlos Moraes, presidente da Anfavea. 

A expectativa do setor é que a partir do terceiro trimestre a economia tenha uma retomada para se consolidar nos últimos três meses do ano. “Ainda não podemos quantificar como ficará os números de 2020, pois depende totalmente do andamento da crise na saúde”. 

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