‘Águia da Noite’, andamos na versão escurecida do Jeep Compass Longitude
A configuração mais vendida do “rei” dos utilitários médios vem com o pacote Night Eagle
Desde que surgiu, o Jeep Compass caiu no gosto do brasileiro. O SUV americano produzido em Goiana, Pernambuco, mostrou ser um adversário poderoso no segmento, pulverizando os números dos rivais — atualmente não é incomodado nem de longe. Uma das principais virtudes do utilitário é a grande variedade de opções.
Mesmo com uma “enxugada” nas versões, o público ainda tem uma leque grande de escolhas. Atualmente, o SUV tem sete configurações. Testamos uma delas, a Longitude Flex — que é a mais vendida do modelo com cerca de 30% de share –, com o pack “Night Eagle”, que deixa o modelo — quase — todo escurecido, no melhor.
A Longitude é a versão intermediária do Compass. Com motorização flex, ela parte de R$ 134.990. Com todos os opcionais, pode chegar a R$ 154.590. A versão que testamos não conta com o teto solar panorâmico, com isso, ela sai por R$ 146.590. O principal opcional dela é o pack “Night Eagle”, que, entre outros, agrega detalhes escurecidos ao SUV.
Além do visual, o pacote extra acrescenta — a já boa lista de equipamentos — faróis de xenon, estacionamento semi autônomo, partida remota e sistema de som premium Beats de 506W. O pack Safety (R$ 3.650) adiciona airbags de joelho para o motorista, laterais e de cortina. Por fim, o pack Protection (R$ 950), agrega protetor de carter, para-barro dianteiro e traseiro e badge exclusivo. Além da pintura metálica (R$ 1.700).
Sem mudanças
O Compass foi lançado no fim de 2016 e, até o momento, não recebeu o facelift de meio de vida, previsto para ocorrer entre o fim deste ano e o início de 2021. Com isso, o visual continua o mesmo desde o lançamento. Fator esse que não depõe em nada contra o SUV. O estilo ainda é moderno e marca muita presença, bem semelhante ao irmão maior, o Grand Cherokee.
Uma das poucas inovações é o pack “Night Eagle”, que equipa a versão que testamos. O pacote opcional faz o Compass aderir a uma moda recente entre diversas montadoras no Brasil, a de adicionar um visual “Dark”, ou seja, todo escuro.
O líder dos SUVs médios vem com rodas pintadas de preto, assim como os símbolos da marca na carroceria e no interior, além, claro, da pintura preta (para a versão 2021, recém apresentada, a marca resolveu ofertar o modelo na cor verde escura também).
Você pode está se perguntando porque afirmamos que ele é “quase” todo escurecido. Isso se deve ao fato da Jeep ter “esquecido” de escurecer uma parte do Compass, o forro do teto. Em vez de ser preto, ele é um tom de bege como nas outras versões, assim como as colunas. Se fosse tudo em preto, ficaria ainda mais interessante.
Tem que melhorar
Um dos principais pontos negativos do Compass é o espaço interno. Para um SUV médio, o modelo não é tão grande ou espaçoso, principalmente no porta-malas, que tem apenas 410 litros (para se ter uma ideia, tem modelo compacto com área maior que essa). Se for pegar outros representantes da categoria, a diferença é ainda maior.
Por dentro, quatro pessoas até que têm algum conforto, mas uma quinta gera aperto. O espaço para as pernas é bom, o porém é o lateral. Com isso, o melhor, para ser uma viagem confortável, é levar apenas quatro mesmo. Um ponto positivo é a saída do ar-condicionado para a traseira.
Bem servido
Mesmo sem os opcionais, o Compass Longitude é bem equipado. De série ele vem com ar-condicionado digital e dual zone, abertura das portas e partida do motor com chave por sensor, central multimídia com tela de 8,4 polegadas com Apple CarPlay e Android Auto, display digital no painel de instrumentos de sete polegadas, retrovisores externos rebatíveis e interno eletrocrômico.
Na parte da segurança, ele conta com sensores de estacionamento traseiro (poderia ter dianteiro também), de chuva e crepuscular, câmera de ré, controles de tração, estabilidade, anticapotamento e trailer, auxiliar de partida em rampa, freio de estacionamento eletrônico, piloto automático, monitoramento de pressão dos pneus e conjunto óptico em LED.
Com os pacotes extras, ele fica ainda mais completo, com partida remota, bolsas extras de proteção, som premium beats, estacionamento semi autônomo e faróis de xenon. No entanto, pela faixa de preço, batendo em quase R$ 160 mil (com os extras), poderia ter, ao menos como opcionais, os assistentes de direção. Mas esse pack só está disponível na Limited.
Impressionou
Um fato interessante é que, dentre os principais modelos da categoria (leia-se Volkswagen Tiguan, Chevrolet Equinox, o novo Ford Territory, Hyundai Tucson, Peugeot 3008 e até o sino-brasileiro Caoa Chery Tiggo 7) o Compass é o único a utilizar motor aspirado, todos os citados usam caixas turbinadas, com variação de tamanho e potência.
O motor do Compass é um 2.0 de 166 cavalos com etanol e 159 com gasolina. O torque é de 20,5kgfm e 20kgfm de torque. Completa o conjunto mecânico direção elétrica, câmbio automático de seis velocidades, suspensão independente e freio a disco nas quatro rodas.
Mesmo não sendo turbinado, o motor reage bem as respostas do acelerador. Claro que, ao precisar sair em velocidade, é preciso subir um pouco o giro e fazer a caixa de força funcionar em sua plenitude. Mas em acelerações mais constantes, ele ganha velocidade de maneira mais otimizada, permitindo ultrapassagens com segurança.
Como um SUV médio, a dirigibilidade e o conforto interno são muito bons. A suspensão trabalha bem e não repassa as imperfeições (que não são poucas) do asfalto para a cabine. A direção elétrica é leve em baixa e firme alta velocidade. Além disso, o motorista tem sempre o veículo “na mão”, em momento algum há sensação de perda da direção.
Mas o que mais impressionou em todo o conjunto mecânico foi o consumo. Durante o teste, ele chegou a marcar 12,4km/l, lembrando que rodamos por Brasília onde as ruas são mais planas e largas, o que ajuda em um consumo melhor. Mesmo assim, ele foi muito bem. No fim, a média ficou em 11,6km/l.
A opinião do Diário Motor
O Compass mostra porque é o líder absoluto de uma categoria com bons representantes. Na sua versão mais vendida, a Longitude, mesmo sendo intermediária, conta com bom nível de equipamentos — que poderia até ser melhor.
O preço, como de qualquer veículo no Brasil, é mais do que deveria. O base até que não é tão caro, mas ao adicionar todos os opcionais, fica salgado. O ideal seria custar os R$ 134.990 iniciais já com todos os pacotes extras.
O ponto fraco continua sendo o espaço interno, por se tratar de um SUV médio, deveria ser mais espaçoso, e do porta-malas, um dos menores da categoria. De ponto positivo, além da lista de equipamentos, foi o consumo, praticamente na casa dos 12km/l.
O visual, quase todo escuro — ainda não entendemos o forro do teto e as colunas internas não serem pretas também — dão um ar mais esportivo ao utilitário. Não precisamos dizer que a vale a compra, o próprio mercado aponta isso. Nota: 8,5!
Ficha Técnica
Motor: 2.0
Potência máxima: 166/159cv
Torque máximo: 20,5/20kgfm
Transmissão: automático de 6 velocidades
Direção: elétrica
Suspensão: independente nas quatro rodas
Freios: a disco nas quatro rodas
Porta-malas: 410 litros
Dimensões (A x L x C x EE): 1.638 x 1.819 x 4.416 x 2.636mm
Preço: R$ 146.590