A concorrência que se cuide, o novíssimo Volks Nivus não está para brincadeira
Testamos a versão de entrada do SUV, que “causará arrepios” nos principais rivais
A Volkswagen foi uma das últimas marcas a aderir a onda de SUVs compactos que domina o mercado automotivo brasileiro. O primeiro modelo foi o T-Cross, que tem tudo para fechar 2020 como líder da categoria. Mas é no segundo utilitário lançado pela alemã que a concorrência tem que ficar de olho. O Nivus tem tudo para dar muito trabalho para os rivais.
Testamos a versão de entrada do novíssimo SUV, o primeiro compacto coupé do mundo. O pequeno esbanja estilo com sua carroceria esportiva, tem um excelente porta-malas, conjunto mecânico acertado e boa lista de equipamentos (que fica excelente com o pacote opcional). O principal porém, para variar, é o preço. Mas nem ele deve ser problema para o utilitário
Primeiro SUV compacto coupé do mundo.
O modelo que testamos, a Comfortline, tem preço base de R$ 85.890, mesmo com o valor elevado, ele é o sexto SUV com câmbio automático mais barato do país — aqui um ponto para a Volks, ele só conta com este tipo de transmissão, nada de manual. Acrescentando pintura metálica (R$ 1.570) e o pacote extra VW Play & Tech (R$ 3.520), ele chega a salgados R$ 90.980.
Mas mesmo com o elevado valor, o Nivus se destaca, não só pelo visual coupé ousado, lançado pela BMW no X6 em 2009 e que hoje domina diversas marcas, mas por tudo que oferece. A concorrência vai precisar se movimentar, pois com o novo modelo, a Volks tem tudo para emplacar os dois SUVs compactos mais vendidos do país.
Ineditismo
O estilo coupé é só um dos charmes do SUV.
O Nivus está longe de ser o primeiro SUV coupé do mundo, mas ele é o pioneiro entre os compactos. O estilo, deixa o utilitário com ar ainda mais esportivo, graças a caída do teto em direção ao porta-malas. Apesar de gosto ser uma coisa bastante pessoal, o visual do Nivus agrada e muito, sem contar que gera muitos “segundos olhares” nas ruas.
A dianteira é marcada pelo excelente conjunto óptico full LED. O capô conta com vincos para acentuar o lado mais esportivo do modelo. Além disso, ele “inaugura” o novo logo da marca, mais minimalista. O desenho do SUV ficou tão bem feito que, mesmo sem os faróis de neblina (disponível apenas na topo de linha), não parece que está faltando algo.
As rodas poderiam se destacar mais.
As molduras nas caixas de roda na laterais não deixam esquecer que realmente se trata de um SUV. As rodas de 16 polegadas contam com desenho sóbrio, fugindo até do resto do carro, poderiam ser mais ousadas, quem sabe com detalhes diamantados ou escurecidos.
A traseira é um caso à parte. Além do visual coupé, uma grande faixa em black piano interliga as lanternas (que também são em LED), deixando o visual ainda mais elegante. O para-choque também conta com molduras, que dão mais volume ao modelo. Um fator interessante é que, o nome vai no centro da tampa do porta-malas e não no canto, como é mais comum.
O interior remete aos demais veículos da marca.
O interior acompanha o estilo atual da marca, tem materiais simples — até demais para um modelo de R$ 90 mil –, mas bem acabados, com tudo encaixado onde deve. O grande destaque é a nova central multimídia e sua tela gigante.
O espaço traseiro está dentro da realidade da categoria, não é o mais apertado, mas também não é o mais folgado. Quatro adultos tem um certo conforto, mas é quase impossível levar uma quinta pessoa. O destaque fica para a saída de ar e porta USB para a traseira. O porta-malas tem um tamanho bom, com 415 litros de espaço.
Quase um 10
O primeiro veículo compacto do Brasil a ter ACC.
Se o visual do Nivus chama a atenção, nem chega perto da lista de equipamentos, principalmente com o pacote extra. O utilitário é também o primeiro veículo compacto do Brasil (não só entre os SUVs, mas dentre todos modelos pequenos) a contar com piloto automático adaptativo (ACC), de longe, o maior destaque do coupé.
O sistema, que acelera e freia automaticamente de acordo com a velocidade do veículo à frente finalmente chega em modelos mais baratos — ou menos caros. O único porém é que ele não conta com o “stop&go”, ou seja, não faz a parada total, nessas situações o motorista precisa acionar os pedais por conta própria, o que acaba sendo ruim, já que o bom do ACC é em engarrafamentos. Ele não funciona em velocidades abaixo do 20km/h.
A novíssima VW Play.
Além dele, o VW Play & Tech acrescenta auxiliar de frenagem (AEB), volante em couro com paddle shift para troca de marcas e a novíssima central multimídia, a VW Play. Sem o pack, o SUV é equipado com a tradicional tela de 6,5 polegadas, a extra conta com excelente 10,1 polegadas, uma das maiores entre os SUVs.
Mesmo sem o pacote extra, o Nivus é bem completo. De série, ele vem com seis airbags, controles de tração e estabilidade (esses, agora, obrigatórios por lei em projetos novos), auxiliar de partida em rampa, câmera de ré, sensor de estacionamento traseiro, freios a disco nas quatro rodas, retrovisores elétricos, além dos já citados faróis full LED, saída de ar e porta USB para o banco traseiro e a central multimídia de 6,5 polegadas.
Saída de ar e porta USB para a traseira.
Querendo ou não, com o Play & e Tech, o Nivus bate em R$ 90 mil. Por esse valor, faltou ar-condicionado digital e abertura das portas e partida do motor com chave por sensor. Para ter esses e outros equipamentos, como o painel de instrumentos 100% digital, é preciso adicionar mais R$ 9 mil e levar a topo de linha, a Highline.
A cereja do bolo
O motor 1.0 é esperto e econômico.
Para o Nivus, a Volks mantém a receita que começou em 2015 no up! e ampliada nos anos seguintes com diversos outros modelos, a motorização 1.0 turbo. O SUV compacto utiliza o já consagrado propulsor de mil litros turbinado que gera 128 cavalos com etanol e 116 com gasolina. O torque é de excelentes 20,4kgfm para os dois combustíveis.
O competente conjunto mecânico ainda conta com câmbio automático de seis velocidades (com opção de trocas por meio das borboletas no volante graças ao pacote extra), direção elétrica e freios a disco nas quatro rodas.
O conjunto óptico é 100% em LED.
Como em outros modelos da marca (leia-se Polo e Virtus) o motor ficou bem ajustado no Nivus. A caixa de força trabalha bem e de forma dinâmica. As acelerações são muito bem feitas e qualquer leve toque no acelerador faz o SUV disparar pelo asfalto.
Com isso, todas as manobras são feitas com agilidade e segurança, principalmente ultrapassagens, saídas e retomadas de velocidade. Com os controles de tração e estabilidade e freios a disco nas quatro rodas, a condução fica ainda mais segura. Em momento algum o motorista tem a sensação de “perder a direção”.
Molduras nas caixas de rodas e laterais apontam o lado utilitário do modelo.
A esperteza dele chama a atenção. O câmbio também trabalha bem, com trocas precisas e sem trancos, as primeiras marchas contam com um leve delay na resposta, algo comum neste tipo de transmissão, mas nada que atrapalhe a boa condução do utilitário.
Outro ponto alto é o consumo de combustível. O modelo que testamos estava abastecido com etanol e a média ficou em excelentes 10,6km/l. Imaginamos que, com gasolina, é possível alcançar tranquilamente marcas entre 16 e 17km/l.
A opinião do Diário Motor
O SUV coupé dará muito trabalho para a concorrência.
O Nivus tem tudo para ser o SUV mais vendido do mercado brasileiro em 2021, quando terá o primeiro ano cheio de vendas. Mesmo neste ano, é possível que já incomode a concorrência. Apesar da demora em entrar na categoria, a Volks acertou em cheio na receita.
Com um visual completamente diferente do que estamos acostumados na categoria, o compacto se destacará com facilidade no “mar” de SUVs que domina as ruas brasileiras. A utilização de LEDs em todas as luzes dão um charme e elegância ainda maiores ao modelo.
As lanternas também são em LED.
O estilo chama a atenção, assim como a generosa lista de equipamentos, principalmente com o pacote extra. Não satisfeito em ser o primeiro SUV coupé do mundo, ele é o primeiro veículo compacto do Brasil a contar com ACC. Mas, como sempre, poderia ter uns itens a mais, como ar-condicionado digital e chave sensorial.
O conjunto mecânico já é uma marca registrada da montadora O motor 1.0 turbo de 128 cavalos aliado ao câmbio automático deixam o SUV muito esperto e com um ótimo consumo de combustível. O grande porém, como sempre, é o preço, passando dos R$ 90 mil. Mesmo assim, vale a compra! Nota: 9,5.
Ficha Técnica
O motor é o consagrador 1.0 turbo.
Motor: 1.0 turbo
Potência máxima: 128/116cv
Torque máximo: 20,4kgfm
Transmissão: automática de 6 velocidades
Direção: elétrica
Suspensão: independente na dianteira e semi-independente na traseira
Freios: a disco nas quatro rodas
Porta-malas: 415 litros
Dimensões (A x L x C x EE): 1.493 x 1.757 x 4.266 x 2.566mm
Preço: a partir de R$ 85.890
