A concorrência que lute! Vimos de perto os motivos do GM Onix ser ‘rei’
Testamos a melhor forma, a versão Premier, do veículo mais vendido do país há cinco anos
Há cinco anos, a Chevrolet lidera a venda de veículos com o Onix. O modelo, que tomou o curto reinado do Fiat Palio em 2015 — que havia destronado o Volkswagen Gol um ano antes — vem liderando sem ser incomodado pelos rivais.
Mesmo assim, a marca resolveu renovar completamente o modelo no fim de 2019. Testamos a versão Premier, a topo de linha, que mostra que o pequeno hatch tem tudo para continuar liderando com folga por muito tempo ainda. Para variar, apenas um ponto depõe contra o Onix, o preço.
Por ser a versão topo de linha, claramente é a mais cara. Ainda assim, não poderia ser tão salgada. O preço base dela é de impressionantes R$ 78.690. O único opcional é a pintura metálica, por R$ 1.590. O cliente pode escolher entre dois tipos de acabamento interno sem variação do preço. Com isso, o valor final do hatch chega a insanos — para um veículo de entrada — R$ 80.290.
Para a segunda geração do modelo, a Chevrolet modificou completamente o Onix. Do motor ao tamanho do porta-malas. Da versão anterior, apenas o sistema OnStar, de resto, tudo novo. A Premier, como topo de linha, vem com propulsor 1.0 turbo de 116 cavalos, câmbio automático de seis velocidades e uma lista de equipamentos para lá de recheada.
Estiloso
Visualmente falando, o Onix mudou completamente. Está certo que visual é muito questão de gosto, mas é inegável que a Chevrolet acertou a mão no hatch. Com a nova assinatura da montadora, o compacto marca uma boa presença na rua com uma grade dianteira e conjunto óptico belamente desenhado. Destaque para o DRL em LED na parte inferior do para-choque.
A carroceria ainda conta com vincos elegantes. A traseira é mais sóbria, principalmente em relação a dianteira. Mas tem um estilo mais esportivo, graças ao pequeno aerofólio na parte superior da tampa do porta-malas. O “deslize” fica pelas rodas, que quase passam despercebidas em relação ao resto do design do veículo.
Por dentro, o estilo elegante segue o do exterior. O painel foi muito bem esculpido, principalmente nas versões com opção em dons tons, que passa um ar de veículo superior ao Onix. A central multimídia com tela flutuante conversa muito bem com a cabine. Os bancos, em couro, também são elegantes em dois tons.
O espaço interno está na dentro da média da categoria. Mas melhorou em relação a geração anterior, afinal, ele ficou 230mm maior. Claro que cinco adultos é quase impossível, mas quatro conseguem viajar com certo conforto. Vale lembrar que se trata de um veículo compacto. O porta-malas está dentro da média da categoria, com 275 litros.
Ágil e econômico
Outro grande diferencial do Onix é a adoção dos motores turbo. A marca, que inicialmente foi resistente a onda do downsizing — propulsores menores e mais potentes –, aderiu praticamente em toda a gama este tipo de caixa de força. O Onix utiliza os menores, 1.0 de 116 cavalos e 16,4kgfm de torque. Para se ter uma ideia, os 1.8 aspirado que a marca ainda usa em outros modelos, geram apenas 108 cavalos.
Acompanha o propulsor turbinado, direção elétrica e câmbio automático de seis velocidades. O único porém do conjunto mecânico fica pelos freios, que são a disco apenas na dianteira, deveriam ser em todas as rodas, afinal, estamos falando de um veículo de quase R$ 80 mil.
Como tudo no Onix, o conjunto mecânico foi elevado a outro patamar. O modelo é muito esperto. Basta o mais leve toque no acelerador para fazer ele disparar pelo asfalto. O câmbio conta com um pequeno delay, natural para este tipo de transmissão, mas nada que atrapalhe.
Todas as manobras são feitas com extrema facilidade, das ultrapassagens as retomadas e saídas em velocidade. Os controles de tração e estabilidade ajudam a manter o carro “na mão”, mesmo em curvas de alta o veículo passa uma sensação de segurança ao motorista.
O câmbio é muito bom, as trocas são feitas com precisão e confortavelmente, sem qualquer tranco. Sentimos falta de alguns detalhes, que não atrapalham em nada no dia a dia, mas que elevariam ainda mais a dirigibilidade. As opções de trocas manuais são na própria alavanca, poderiam ser em borboletas no volante, e ele deveria ter modos “Eco” e “Sport” também.
Falando em modo “Eco”. O Onix está muito econômico. Durante nosso teste, ele marcou, em média, 11,5km/l, mas com etanol. É praticamente o consumo de muito veículo com gasolina. Vale lembrar que, em Brasília, com ruas mais largas e planas, o consumo é sempre mais próximo do voltado para estrada do que para cidade.
Mesmo assim, o número é muito bom. O que nos faz pensar que, com gasolina, ele fique em médias próximas aos 20km/l. Inclusive, há relatos de proprietários fazendo, 18, 19km/l sem esforço. O que mostra que a Chevrolet acertou em cheio na nova motorização.
Mais que completo
O novo Onix é caro, principalmente na sua versão topo de linha, a Premier, isso é um fato. No entanto, pelo menos a Chevrolet resolveu recheá-lo com muitos equipamentos. O que pode até compensar o preço elevado. Além do bem encaixado conjunto mecânico, os itens são bem interessantes.
Vamos começar com os básicos, para um veículo nesta faixa de preço. Ele vem com ar-condicionado digital, vidros, travas, retrovisores e direção elétricos, central multimídia com tela de sete polegadas e três portas USB (sendo duas voltadas para traseira), chave presencial para abertura das portas e partida do motor e sensor crepuscular, poderia ter de chuva também.
Na parte da segurança, ele conta com controles de tração e estabilidade, luz de circulação diurna e lanternas em LED, sensores de estacionamento dianteiro e traseiro, câmera de ré, auxiliar de partida em rampa, piloto automático e monitoramento de pressão dos pneus.
Entre os destaques, carregador por indução de smartphones, sistema wi-fi nativo com capacidade de conectar até sete aparelhos (é necessário aderir a um pacote de dados), alerta de ponto cego, seis airbags e auxiliar de estacionamento automático — o carro faz as manobras de estacionamento sozinho, o motorista precisa controlar apenas acelerador e freio.
A opinião do Diário Motor
É inegável que o Onix elevou muito o sarrafo da categoria. Claro que, por isso, a marca acaba pedindo mais por isso. E, normalmente, carro é uma coisa cara no Brasil, imagina um tão bem equipado. Mesmo assim, o maior problema dele é exatamente este, o preço.
No mais, o carro se sai muito bem, principalmente no conjunto mecânico. Com boa potência, o motor é esperto e econômico, mesmo quando abastecido com etanol. A dirigibilidade é muito boa, divertida e segura graças aos auxiliares. O porém fica pela ausência de freios a disco na traseira.
Mesmo com a liderança folgada de todo o mercado, emplacando mais que o dobro do segundo colocado em 2019, a Chevrolet viu que precisava dar um fôlego novo ao Onix e acertou em cheio. O hatch ficou muito bom e, mesmo os pequenos deslizes, não jogam contra. Vale a compra! Nota: 9,5.
Ficha Técnica
Motor: 1.0 turbo
Potência máxima: 116cv
Torque máximo: 16,8kgfm
Transmissão: automática de 6 velocidades
Direção: elétrica
Suspensão: independente na dianteira e semi-independente na traseira
Freios: a disco na dianteira e tambor na traseira
Porta-malas: 650kg
Dimensões (A x L x C x EE): 1.476 x 1.731 x 4.163 x 2.551mm
Preço: R$ 78.690