Entrevista

Temer descarta risco cambial: reservas do Brasil somam US$380 bilhões

Ele garante que ajuste fiscal está sob controle e que investimentos continuam

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O presidente Michel Temer concedeu entrevista no Alvorada à jornalista Roseann Kennedy. (Foto: Marcos Corrêa)

O presidente Michel Temer disse hoje (7) em entrevista exclusiva à jornalista Roseann Kennedy, no programa Nos Corredores do Poder, da TV Brasil, que o governo tem todas as condições para enfrentar a alta do dólar. “Não há risco de crise cambial no Brasil”, garantiu ele.

Segundo Temer, o País dispõe de uma reserva de US$ 380 bilhões e uma dívida muito inferior a este valor, além de manter sob controle o ajuste fiscal e continuar recebendo investimentos de empresas estrangeiras.

O presidente destacou ainda que não é apenas o Brasil que está sentindo os efeitos da valorização do dólar e da subida dos juros nos Estados Unidos, mas vários países, destacando México, Argentina e Colômbia.

Nesta quarta-feira (6), a moeda norte-americana ultrapassou a barreira de R$ 3,90 e continua operando em alta nesta quinta-feira.

Eleições não afetam economia
Michel Temer disse em outro momento da entrevista não acreditar que a incerteza do quadro eleitoral traga riscos para a economia brasileira. Ele defendeu que o eleitor examine o programa do candidato. “Acho que o voto será no programa; não na pessoa”, afirmou. Segundo Temer, os pré-resultados das pesquisas causam “preocupações nas pessoas”, mas avalia que os candidatos terão cautela e saberão se conduzir ao longo da campanha.

Ele disse que a reforma da Previdência precisará ser debatida e continuará no horizonte dos governantes. “Falar contra as reformas traz instabilidade para o mercado”, declarou. “Eu acho que pouco a pouco os candidatos  vão ver que é importante a continuidade do nosso programa de governo”.

Nova tabela adaptada
O presidente confirmou que a Casa Civil e o Ministério dos Transportes estudam “uma adaptação à tabela dos preços mínimos do frete” para que os caminhoneiros tenham condições de trabalho, sem que a economia seja abalada. Ainda na noite desta quinta-feira, uma edição extra do Diário Oficial da União publicou a nova tabela.

Ele garantiu que o acordo feito com os caminhoneiros não será desconsiderado. O presidente lembrou que a tabela da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) já existia, mas não estava sendo colocada em prática porque havia uma oferta grande de fretes, graças ao número de caminhões disponíveis, após a retração da economia. “Mas isso não foi no meu governo”, destacou.

Sem chance de tabelar preços
O chefe do governo negou hoje qualquer possibilidade de tabelamento de preços na economia brasileira, seja de combustíveis ou outros produtos e serviços. “De jeito maneira [faremos tabelamento de preços]”, respondeu.

Com o fim da paralisação dos caminhoneiros, Temer afirmou que o governo trabalha agora para que o desconto de R$ 0,46 sobre o litro do diesel chegue às bombas. O presidente disse que os próprios caminhoneiros já estão fiscalizando a aplicação do desconto pelos postos.

O presidente classificou como “dramática” a paralisação dos caminhoneiros – que provocou desabastecimento de combustível, alimentos e medicamentos em quase todo o país. Ele observou que “os rescaldos” da greve ainda estão sendo sentidos pela população, e destacou que em nenhum momento houve violência por parte das forças de segurança do governo.

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