Depoimento à CPI

Lewandowski concede habeas corpus e Pazuello poderá optar pelo silêncio

Decisão ainda diz que Pazuello deve ser tratado com "dignidade e respeito" pelos senadores e pelo relator Renan Calheiros

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General Eduardo Pazuello. Foto: Tony Winston/MS

O ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federa (STF), concedeu nesta sexta (14) o habeas corpus pedido pela Advocacia-Geral da União (AGU) em favor do ex-ministro da Saúde general Eduardo Pazuello, que agora poderá optar por ficar em silêncio quando comparecer à CPI da Pandemia.

Pazuello foi convocado para prestar depoimento como testemunha, quando é obrigado a responder as perguntas, mas alegou ao STF que essa era uma estratégia ilegal da comissão e que ele seria tratado como investigado e não como testemunha.

A suspeita ganhou força depois da tentativa de prender o ex-secretário de Comunicação Fábio Wajngarten, também convocado para depor como testemunha.

Ao STF, o relator da comissão, senador Renan Calheiros (MDB-AL), tentou argumentar que os esclarecimentos de Pazuello seriam fundamentais para as investigações da CPI.

Outro ponto que chamou atenção foi a inclusão na decisão de Lewandowski que Pazuello deve ser tratado “com dignidade, urbanidade e respeito”, além de não ser exposto a “quaisquer constrangimentos físicos ou morais”.

O trecho da decisão remete claramente à conduta de alguns senadores, entre eles o relator, de adotar postura agressiva contra os depoentes, inclusive contra o representante da Pfizer, Carlos Murillo, que foi, por diversas vezes, impedido de apresentar contextos das negociações durante suas respostas.

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