Operação Skala

Investigações apontam recebimento de R$ 1 milhão pelo coronel Lima, amigo de Temer

PF investiga envio ilegal de R$ 23 milhões de Lima para o exterior

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Foto: Jefferson Coppola/VEJA

A Polícia Federal investiga o recebimento de R$ 1 milhão pelo coronel João Baptista Lima Filha, apontado como operador do presidente Michel Temer, ao subcontratar a Engevix para realização de obras da Eletronuclear. Segundo as investigações da Lava Jato, a estatal teria desviado recursos para políticos do MDB.

A PF apura ainda uma parceira em 2014 entre a Argeplan, empresa do coronel Lima, e a Engevix em um contrato com a Secretaria de Aviação Civil, na época gerida por Moreira Franco, um dos aliados de Temer.

Os investigadores miram também outras duas empresas do coronel aposentado da Polícia Militar de São Paulo: a PDA Administração e a PDA Projeto e Direção Arquitetônica. As duas empresas — alvos da Operação Patmos, deflagrada no ano passado — tinham disponibilidade financeira de R$ 23 milhões.

Em documentos entregues ao Supremo Tribunal Federal (STF), a PF aponta envio de remessas ilegais ao exterior pelo coronel amigo de Temer.

Essas três linhas de investigação foram apresentadas pela procuradora-geral da República, Raquel Dodge, para justificar a necessidade da Operação Skala, deflagrada em março deste ano. Na operação, Lima, o advogado José Yunes, o ex-ministro Wagner Rossi e o dono da Rodrimar Antônio Celso Greco foram presos. O objetivo é investigar o suposto pagamento de propina por empresas do setor dos portos para agentes do governo em troca de favorecimentos em contratos.

No documento, Dodge afirma que o o executivo da Engevix José Antunes Sobrinho afirmou que “a Argeplan só conseguiu contrato [na Eletronuclear] por ser ligada a Temer, e precisou subcontratar a Engevix porque não tinha capacidade para o serviço”. A procuradora-geral citou ainda para um relatório da PF que aponta crescimento da Argeplan em 20 anos.

Resultados das buscas

Durante a Operação Skala, agentes cumpriram mandados de busca e apreensão na sede da PDA Projeto, onde foram encontrados quatro cofres com documentos sobre a Eletrobras, Eletronuclear, Engevix e AF Consult, ligadas ao contrato de Angra 3.

Já no gabinete do coronel Lima foi encontrado um e-mail enviado por uma pessoa chamada André Costa ao advogado Roberto Gerosa com o assunto “TCU adiantamento”, que “contém indicativos de risco de suspensão do contrato das empresas averiguadas e AF Consult noticiando que o ministro vincularia sua decisão a um tratamento idêntico caso o pedido fosse feito pela Engevix ou Eletronuclear”.

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