'Senado deu um péssimo sinal'

Guedes: é criminoso derrubar veto para aumentar gastos com servidores

Ministro se revolta com a transformação de recursos para a crise da saúde em aumento de salário

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Paulo Guedes, ministro da Economia - Foto: Alan Santos/PR.

O Senado deu “um péssimo sinal” e cometeu “um crime contra o país” ao derrubar o veto do presidente Jair Bolsonaro para liberar o pacote de socorro de R$60 bilhões a estados e municípios, devido à crise do coronavírus, sem condicionar isso ao congelamento dos reajustes salariais do funcionalismo.

A avaliação foi feita nesta quarta-feira (19) pelo ministro Paulo Guedes (Economia), que ainda tem a esperança de que o mesmo não ocorra na Câmara dos Deputados, em sessão adiada para esta quinta (20), após a bancada governista ter sido surpreendida com a derrubada do veto pelos senadores.

– “Colocamos muito recurso na crise da saúde, e o Senado deu um sinal muito ruim, permitindo que justamente recursos que foram para a crise da saúde possam se transformar em aumento de salário. Isso é um péssimo sinal. Temos que torcer para a Câmara conseguir segurar a situação”, disse o ministro da Economia.

A declaração de Paulo Guedes ocorreu após uma reunião com o ministro Rogério Marinho (Desenvolvimento Regional). Para ele, há risco de uma perda de até R$ 120 bilhões.

“É um desastre, é preocupante porque o Senado é a casa da República. É onde os representantes têm que defender a República. É um péssimo sinal”, reiterou.

O ministro afirmou que seria “irresponsabilidade” se o presidente Jair Bolsonaro não tivesse vetado:

– “Foi um veto importante que o presidente fez, justamente em um momento decisivo, justamente esse gasto extraordinário que tivemos este ano, para preservar vidas, preservar empregos, isso correr o risco de se transformar em aumento de salário. Seria um sinal de irresponsabilidade e o presidente justamente vetou”, declarou.

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