Licitação às pressas

Caixa realiza licitação suspeita de R$170 milhões a poucos dias do fim do governo

Estranha pressa seria para assinar contratos até 31 de dezembro

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A sede da Caixa em Brasilia e Gerson Bordignon, o chefe do Marketing: licitação suspeita.

A Caixa Econômica Federal realiza nesta quarta-feira (7), a apenas 55 dias da posse do novo governo, uma licitação no valor de R$170 milhões para a escolha de três agências de promoção de eventos e “live marketing”, com suspeita de direcionamento.

O objetivo do esquema é fazer a concorrência no prazo mais curto possível, a fim de que os contratos estejam assinados até 31 de dezembro, véspera da posse do presidente Jair Bolsonaro (PSL), estabelecendo o “fato consumado”.

A licitação está sendo tocada por Gerson Bordignon, o superintendente nacional de Marketing da Caixa, considerado um “terreno minado”.

Clauir, o antecessor problemático.

Antecessores de Bordignon no cargo protagonizaram escândalos no âmbito de operações como a Lava Jato. Foi o caso de Clauir Luiz dos Santos, suspeito de atuar como elo do ex-deputado paranaense André Vargas, ex-secretário nacional de Comunicação do PT, condenado por corrupção em contratos milionários com agências de publicidade.

Pressa muito suspeita
A pressa em realizar a licitação antes do final do governo Michel Temer é um dos principais fatores de suspeita envolvendo o certame. A Presidência da República passa ao largo da concorrência: fontes do governo garantem que a Caixa não compartilhou com o Palácio do Planalto o súbito interesse em fazer licitação e fechar contratos de R$170 milhões a toque de caixa.

No mercado, circulam informações sobre o suposto registro em cartório de declaração em que são antecipadas as três empresas para as quais a licitação estaria direcionada, para a divisão da verba milionária.

A equipe de transição do futuro governo será informada dos detalhes sobre o suposto direcionamento.

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