Cláudio Humberto
Coluna CH / 08 de fevereiro

Lula quer fritura e ‘oposição’ a Campos e à independência do BC

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Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva. (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil).

A estratégia do presidente Lula para minar Roberto Campos Netto na presidência do Banco Central inclui crítica pública, a base de deputados na Câmara e “ataques de dentro para fora”, revelou à coluna um assessor presidencial. No próximo mês, o petista deve indicar duas novas diretorias para o BC; Fiscalização, onde é esperado um nome técnico; e Política Monetária, que fará a ‘oposição’ a Campos Neto.

Estabilidade incômoda

Lula quer abreviar a estadia de Campos Netto, com mandato até 2024, como de Augusto Aras (PGR), remanescentes do governo Bolsonaro.

Porrete

Líder do PT na Câmara, Zeca Dirceu (PR) já disse que o partido deve pressionar contra a política econômica do BC e a política de juros.

Bombeiro queimado

Fernando Haddad (Fazenda), pouco prestigiado, virou o bombeiro na crise. Mas nem no BC há muita fé no sucesso do ministro.

Carne de pescoço

Campos Netto garante que fica até o fim do mandato. E não adianta promessas de recondução, ele já se posicionou contra a reeleição.

Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva. (Foto: Ricardo Stuckert).

Lula agora compara Congresso e TCU a bandidos

O presidente Lula (PT) continua a criar problemas para o governo com suas declarações, que até agora não desceram do palanque eleitoral. Ao classificar a privatização da Eletrobras de “bandidagem”, ele também chama de bandidos os deputados e senadores que aprovaram a desestatização da empresa no Congresso, além de chamar de bandidos os ministros do Tribunal de Contas da União (TCU) que acompanharam e aprovaram o processo, durante o governo do ex-presidente Bolsonaro.

Base dividida

Horas depois da fala de Lula, deputados do Psol passaram a defender a reestatização da Eletrobras nas redes sociais. Petistas, nem tanto.

Metralhadora no pé

No Congresso, lulistas desconversaram sobre as ofensas do presidente contra os parlamentares. Na Bolsa, ações da Eletrobras despencaram.

Crime doloso

Lula chamou o processo de privatização de “maquiavélico”, que denota dolo por parte daqueles que chama de “bandidos”.

Poder sem Pudor

A baioneta e a Ave Maria

Nos idos de 1950, o então tenente José Wadih Cury fazia a ronda noturna na Escola de Paraquedistas, localizada na Vila Militar, no Rio. Eram 2h da manhã e ele notou o comportamento estranho de um soldado. Resolveu então se aproximar e viu que ele dormia um sono profundo, apoiando o queixo no fuzil. De repente, o sonolento acordou, mas não passou recibo. Sem abrir o olho, apenas balbuciou: “...Ave Maria, cheia de graça...”. Ao concluir a oração, o soldado esperto abriu o olho e bateu continência: “Por aqui tudo calmo, tenente”.

Ação

A Procuradoria da República do DF se moveu sobre a infestação de políticos no comando de empresas públicas, contrariando a Lei das Estatais. Informou à coluna que oficiou Petrobras, BNDES e Itaipu.

Podemos aderir

A bancada do Podemos no Senado se comporta como aquele tipo de defunto que quer reza. Pelo sim, pelo não, o valente senador Eduardo Girão (CE) vazou, filiando-se ao Partido Novo.

Às moscas

O Senado correu para tentar aprovar hoje (8) Jhonatan de Jesus (Rep-RR) no TCU. O problema não é o deputado e sim o quórum. Depois da eleição da Mesa Diretora, os senadores meteram o pé de Brasília.

Gente atrasada

O ministro Luiz Marinho (Trabalho) continua com a mentalidade paralisada nos anos 1980. Disse não se preocupar com a iminente saída do Brasil de aplicativos de transporte. Não está nem aí para o Uber, por exemplo, que garante trabalho a 1,5 milhão de brasileiros.

Frase do dia

“Não é papel do Banco Central ser generoso ou mesquinho. Há que ser técnico”

José Medeiros (PL-MT), após o pedido de Fernando Haddad por ‘generosidade’ do Copom

Prioridades

Na viagem aos Estados Unidos, Lula separou espaço na agenda para a deputada Alexandria Ocasio-Cortez. A congressista ganhou notas na imprensa brasileira ao sugerir a expulsão de Jair Bolsonaro dos EUA.

Meio caminho

O deputado Marcel van Hattem (Novo-RS) já contabiliza 72 assinaturas para instalar a CPI de Abuso de Autoridade do STF na Câmara dos Deputados. Com 171 assinaturas, a comissão pode ser criada.

Queda livre

Empresa que virou substantivo durante a pandemia, a Zoom anunciou que vai demitir mais de 1,3 mil funcionários, cerca de 15% do total. Desde 2020, a empresa perdeu mais de 85% do seu valor na Bolsa.

BC técnico

Para o deputado José Medeiros (PL-MT), o Copom está sendo técnico e é o ministro Fernando Haddad (Fazenda) quem faz “avaliação política” sobre o comportamento do Banco Central no atual governo petista.

Pensando bem...

...já tem ‘especialista’ com saudades da pandemia.

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