O olhinho do governador

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Costa Rêgo governou Alagoas, nos anos 1950, e não dava confiança a ninguém, exceto ao garotinho Renato, filho do amigo e senador Fernandes Lima, que ganhou um olho de vidro após um acidente doméstico. Um dia passou a morar em Maceió uma bela francesinha, por quem Costa Rêgo se apaixonou exercitando seu francês. As visitas a ela eram freqüentes e o falatório ganhava as ruas. Fernandes Lima decidiu advertir o amigo: “O povo já está falando e isso não fica bem para o senhor.” Costa Rêgo perguntou: “Ora, senador, o Renatinho não tem um olho de vidro?…” Fernandes Lima assentiu, e o governador continuou: “Ele tem um olho de vidro porque gosta ou por necessidade?” O senador concordou: “Por necessidade, é claro”. O governador olhou o amigo fixamente e sentenciou: “Deixe a francesa em paz. Ela é o meu olho de vidro.”

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