Culpar a “MP da Dilma” por crise energética é abusar da inteligência alheia
Técnicos experientes acham que o principal problema é mesmo a falta de planejamento e uma "crise de talento"
Autoridades, parlamentares e dirigentes de empresas de energia repetem a ladainha, nove anos depois, de que a responsabilidade pela crise energética no Brasil seria da medida provisória 579, a “MP da Dilma”, de 2012. Técnicos experientes acham que o principal problema é mesmo a falta de planejamento provocado por uma crise ainda maior, hoje: a crise de talentos. Autoridades negligenciaram o planejamento do setor, subestimaram o caos iminente e apostaram fichas em São Pedro. A informação é da Coluna Cláudio Humberto, do Diário do Poder.
O ministro de Minas e Energia, Bento Gonçalves, homem de bem, tenta aprender na crise, mas acaba à mercê de conversadores de fala fácil.
A secretária-executiva de Bento é contadora. Trabalha muito e dá trela a entidades e pessoas que inclusive orientaram Dilma na sua MP 579.
Nove anos depois, as autoridades quase nada fizeram contra problemas criados pela “MP da Dilma”, iniciados logo após a sua promulgação.
Para se fazer ideia do tempo perdido, nove anos seriam suficientes, por exemplo, para construir hidrelétricas e até reator nuclear.