Depende da vítima

“Censura” revela que o criticado é mais importante que a crítica

Crítica a senador virou ataque ao Senado, mas ataques de ministros do STF ao presidente nunca são vistos como ataques à Presidência

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Deltan Dallagnol. Foto: Pedro de Oliveira/ALEP

A crítica de Deltan Dallagnol a um senador enrolado em mais de uma dúzia de processos da Lava Jato foi interpretada no Conselho Nacional do Ministério Público como “ataque ao Senado” e não uma crítica ao parlamentar. Para o CNMP, a punição de “censura” é justificada porque Dallagnol está em posição cômoda, com estabilidade, e não deve emitir opiniões políticas. A regra não se aplica aos ataques de ministros do Supremo Tribunal Federal, servidores estáveis, ao presidente Bolsonaro. A informação é da Coluna Cláudio Humberto, do Diário do Poder.

Em entrevista à Rádio Bandeirantes, o ministro Marco Aurélio lembrou que críticas de ministros não foram consideradas ataques à Presidência.

Marco Aurélio cobrou postura exemplar do STF, que deve evitar críticas “cáusticas” como a proferida pelo presidente do TSE, ministro Barroso.

Ministros do STF estão na “posição cômoda” de outros servidores, mas não estão sujeitos a críticas e nem a punição, como Dallagnol.

Falar mal do STF pode render ação policial contra o seu crítico, como ocorreu no inquérito chefiado pelo ministro Alexandre de Moraes.

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