UNODC

Tráfico de drogas aumenta na Amazônia e puxa outras atividades criminosas

Partes da Bacia Amazônica estão no cruzamento de múltiplas formas de crime organizado

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Extração de madeira, mineração ilegal, ocupação irregular de terras e tráfico de animais selvagens, estão entre as atividades criminosas puxadas pela atuação do tráfico de drogas na região amazônica. Foto: Felipe Wernech/IBAMA.

O tráfico de drogas na Bacia Amazônica está aumentando outras atividades criminosas e prejudicando o meio ambiente da maior floresta tropical do mundo, de acordo com o novo Relatório Mundial sobre Drogas 2023 do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC).

A chefe da Seção de Investigação sobre Drogas do UNODC, Chloe Carpentier, destacou que partes da Bacia Amazônica estão no cruzamento de múltiplas formas de crime organizado, que aceleram a devastação ambiental.

Entre as atividades criminosas aumentadas estão, extração de madeira, mineração ilegal, ocupação irregular de terras e tráfico de animais selvagens.

O UNODC também alerta que povos indígenas e outras minorias estão enfrentando as consequências de um aumento nos crimes. Os novos dados estimam que uma em cada 17 pessoas em todo o mundo usou um tipo de droga em 2021, 23% a mais do que na década anterior. O número estimado de usuários cresceu de 240 milhões em 2011 para 296 milhões em 2021.

Chloe Carpentier afirma que o número de pessoas injetando drogas também subiu, acompanhado da incidência de casos de hepatite C. O UNODC aponta que o uso de drogas injetáveis continua a ser um importante fator facilitador da epidemia global de hepatite C. Segundo dados das agências da ONU, metade das pessoas que injetam drogas vivem com hepatite C.

O relatório revela que a estimativa global de pessoas que injetaram drogas em 2021 chegou a 13,2 milhões, 18% a mais que em 2020. Este aumento é puxado pelos dados disponíveis nos Estados Unidos e em alguns outros países.

Segurança

O pesquisador do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, Aiala Colares Couto, já havia alertado sobre a atuação de facções ligadas ao tráfico de drogas e como esses criminosos estão aumentando a ocorrência de crimes ambientais na Amazônia por meio de financiamentos ao desmatamento, garimpo em terras indígenas, extração de madeira ilegal, entre outros crimes.

De acordo com Aiala, o Primeiro Comando da Capital (PCC) investe em rotas de tráfico na região com objetivo de transportar cocaína até a Europa. Já o Comando Vermelho controla territórios e a venda de drogas nas cidades.

O pesquisador apontou ainda que a Amazônia é estratégica para o narcotráfico.

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