Só ficou a parede

Presidente destituído do PSDB faz ‘limpa’ na hora de ir embora

Orlando Faria é o novo presidente da sede municipal paulista do PSDB por 180 dias

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Alfredo confirmou que "limpou a casa" antes de sair. "Nós dissemos assim: podem vir para a sede do partido, mas com aquilo que o partido tem: nada" (Foto: Reprodução/Estadão)

Durante as disputas internas pelo comando do PSDB na capital paulista, a sede municipal do partido ficou vazia nesta semana após o ex-presidente do diretório de São Paulo, Fernando Alfredo, levar consigo computadores, cadeira, mesa e todo o restante do mobiliário, além de documentos, após ser destituído do cargo. Quando chegou para tomar posse, Orlando Faria, o sucessor, encontrou o espaço vazio.

Alfredo confirmou que “limpou a casa” antes de sair. “Nós dissemos assim: podem vir para a sede do partido, mas com aquilo que o partido tem: nada”. 

Em setembro, o PSDB do estado paulista cancelou a convenção municipal que havia reeleito Alfredo para a liderança do diretório no mês anterior. Isso ocorreu após denúncias de dois filiados de que o candidato suspendeu quem não o apoiava e promoveu uma filiação em massa para renovar o mandato. Uma comissão provisória escolheu Orlando Faria para liderar a sigla por 180 dias. 

Apesar da determinação que impediu a sua reeleição, Alfredo continuou trabalhando na sede do PSDB paulistano, um edifício na Vila Buarque (SP). Diante disso, Orlando acionou o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) para solicitar a retomada da posse do local. Na semana passada, a juíza Ana Laura Corrêa Rodrigues da 16. Vara Cível do Fórum Central, ordenou a substituição. 

Quando recebeu a intimação na última sexta-feira (1º), Fernando decidiu sair levando os móveis, computadores e documentos que estavam na sede municipal. O ex-presidente do PSDB paulistano disse que os itens não são do partido, e sim doados por apoiadores ou comprados por ele próprio. 

Os computadores e documentos estão com Alfredo, já cadeiras e outros móveis foram, segundo ele, devolvidos “a quem deu para o partido”. 

Orlando disse que o novo comando do diretório percebeu o vazio na sede da Vila Buarque na segunda-feira, 4. Ao Estadão, ele disse que irá solicitar a Fernando informações sobre onde estão localizados os itens que foram levados da sala. 

“O partido é sustentado por dinheiro público, e tem que prestar contas todos os anos. O patrimônio que lá existir não é de pertence de uma pessoa ou de um grupo de pessoas, tem que estar ali. Nós, que somos administradores, vamos ter que prestar contas disso no futuro, e se não está ali, nós devemos registrar”, afirmou. 

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