Kataguiri avalia proteger servidores sabotados por ONGs
Instituições como a “Craco Resiste” sabotariam ações policiais e do MP

A cracolândia concentra, em pleno centro de São Paulo, um dos maiores problemas de calamidade pública do Brasil. Em tempos de ajustes para a corrida pela gestão da prefeitura, o clamor de moradores e comerciantes afetados pelo imbróglio ganha reverberação no debate público e agenda um duelo entre políticos de direita e esquerda, que divergem sobre a internação compulsória dos usuários de crack. Estes, por sua vez, constrangem, roubam, ameaçam e agridem a vizinhança que resiste à depreciação do bairro Campos Elíseos, na região central da metrópole.
Ao Diário do Poder, o deputado federal paulista Kim Kataguiri (União) afirmou que estuda maneira de conferir segurança jurídica para gestores, médicos e policiais militares que temem responder a processos administrativos e criminais ao intervir em situações de dependência química, em virtude do assédio de “ONGs que sem a cracolândia perderiam a razão de ser”.
Na avaliação do parlamentar, instituições como a “Craco Resiste” estariam sabotando operações policiais e ações do Ministério Público, ameaçando agentes públicos e blindado traficantes que dominam a região. “Temos um território controlado pelo crime organizado no centro de São Paulo. O governo do Estado e a prefeitura não têm domínio algum”, enfatizou.
Para o deputado, a esquerda atrapalha a resolução do problema quando resiste à internação compulsória dos usuários que habitam a cracolândia. “Alegam que eles ainda têm capacidade de decidir sobre suas vidas. Isso é anticientífico. Não existe autonomia de vontade para quem está viciado”, defendeu.
Como consequência ao caos, o deputado destaca que “a vida dos moradores está destruída, os imóveis estão desvalorizados, os comerciantes estão vendendo seus pontos, temos roubos, agressões e extorsões. Sem falar na condição dos próprios usuários que não têm mais nenhuma consciência e são instrumentos de financiamento do tráfico”.
“A percepção geral é que se não tivermos uma ação forte e contundente no curto prazo, aquilo vai se tornar um território oficialmente dominado, sem que haja moradores ou trabalhadores ligados à atividade lícita. Muitas das ONGs que recebem recursos para fazer ação social na região querem que a cracolândia continue existindo para que seus operadores não deixem de receber repasses diversos”, denunciou.