Visitas ao público devem ser retomadas em três anos, diz diretor do Museu Nacional
Resgate do acervo só começará após empresa concluir obras para estabilizar a estrutura do prédio
O incêndio que destruiu o Museu Nacional, na zona Norte do Rio de Janeiro, completa um mês nesta terça (2). Desde 21 de setembro, uma empresa contratada pela Universidade Federal do RJ (UFRJ), ao qual a instituição é vinculada, faz obras para estabilizar a estrutura do prédio.
Dentro dos tapumes que rodeiam o palácio de 200 anos trabalham 25 funcionários diariamente no processo de estabilização e de colocação de uma cobertura provisória sobre o antigo prédio. A estimativa é de que esse trabalho dure seis meses. Após a conclusão desta etapa, conforme cada área do prédio for considerada seguran, começam os trabalhos de resgate do acervo.
Para esta fase, estão sendo usados R$ 8,9 milhões em verbas emergenciais liberadas pelo Ministério da Educação. Depois disso, o diretor da instituição, Alexander Kellner, espera conseguir um valor de até R$ 100 milhões, que seria incluído no Orçamento do ano que vem pelo Congresso Nacional.
“Se nós conseguirmos essa dotação orçamentária e ela não for contingenciada, eu acredito que em três anos já vamos ter alguma coisa bacana [e as pessoas poderão voltar a visitar o museu]”, aponta o diretor.
Uma verba de R$ 5 milhões, já garantida também pelo Ministério da Educação, será usada em um outro momento para a formulação de um projeto de redefinição de áreas internas do prédio.
O Museu Nacional está buscando ainda voltar a atender as crianças. Anualmente, cerca de 20 mil alunos de 600 escolas visitavam a instituição. O museu está fazendo uma campanha de financiamento coletivo para arrecadar R$ 50 mil para permitir que funcionários visitem os colégios levando alguns dos itens que sobraram do acervo.
Outro projeto é o da criação de um roteiro de visitação focado em botânica e zoologia, usando os jardins históricos do Horto Botânico do museu e reformando um edifício que fica no local. As visitações, no entanto, ficariam restritas em um primeiro momento a estudantes. (Com informações da FolhaPress)