Operação Xeque-Mate

Vereadores são afastados por ‘vender’ mandatos a prefeito por R$ 200 mil, na Paraíba

Ex-prefeito preso em 2018 teria comprado apoios, em esquema de desvios de ao menos R$ 30 mi

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A 1ª Vara da Justiça de Cabedelo (PB) determinou o afastamento de quatro vereadores investigados por comércio de mandatos eletivos no município paraibano, por meio do recebimento de R$ 200 mil, nas eleições de 2016, para apoiar o então prefeito Wellington Viana França, o “Leto Viana” (PRP), e seus aliados. A decisão ocorreu no âmbito da deflagração da 6ª fase da Operação Xeque-Mate, nesta quarta-feira (4), que também cumpriu quatro mandados de busca e apreensão.

A operação teve como alvo os vereadores Benone Bernardo da Silva, Jonas Pequeno dos Santos, Janderson Bizerril de Brito e Josimar de Lima Silva. Todos eram suplentes de outros vereadores que foram afastados na primeira fase da operação, deflagrada em abril de 2018. Naquela ocasião, foram presos o então prefeito Leto Viana e mais cinco vereadores, todos suspeitos de integrar um esquema criminoso que desviou ao menos R$ 30 milhões, sendo R$ 4,8 milhões somente utilizando cargos fantasmas.

Os mandados foram cumpridos pela força-tarefa integrada pelo Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado do Ministério Público da Paraíba (Gaeco/MPPB), pela Polícia Federal (PF), pelo Ministério Público Federal (MPF) e pela Controladoria-Geral da União (GCU).

“Quatro candidatos ao cargo de vereador, nas eleições de 2016, em Cabedelo(PB), receberam das mãos do então prefeito do município vantagem indevida, consubstanciada na distribuição igualitária da quantia de R$ 200 mil, para a composição de seu grupo de sustentação política no parlamento (legislatura de 2017 a 2020), assumindo, com isso, o compromisso de satisfazer os interesses pessoais de Wellington Viana França (Leto Viana), de seus aliados, assim como os desejos anticoncorrenciais do empresário Roberto Santiago[Nóbrega]”, relata a investigação, baseada no inquérito policial 277/18 e em diligências complementares.

Os seis envolvidos na trama relatada pelo MPPB fazem parte da sexta denúncia ajuizada pelo Gaeco e irão, de acordo com suas responsabilidades, responder pelos crimes de corrupção passiva e de concurso de pessoas. A denúncia pede, ainda, a reparação pelos danos materiais e morais praticados, entre outras medidas pertinentes. (Com informações da Comunicação do MPPB e do G1)

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