Investigada em Maceió

Vereadores confrontarão a Braskem com dados da CPRM e IMA sobre afundamento

Integrantes da CEI recebem dados na quinta (16), e podem pedir prisão de dirigentes da mineradora

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Integrantes do Serviço Geológico do Brasil (CPRM) e do Instituto do Meio Ambiente de Alagoas (IMA) serão ouvidos pelos membros da Comissão Especial de Inquérito (CEI) da Câmara Municipal de Maceió em audiência marcada para a próxima quinta-feira (16), na sede da Casa, em Jaraguá. Na semana passada, a CPRM apontou a empresa Braskem como responsável pelas rachaduras, fissuras e afundamento do solo nos bairros do Pinheiro, Bebedouro e Mutange. Na mesma ocasião, seus técnicos revelaram que a empresa havia entregado documentos sobre as atividades de mineração que não correspondiam com a realidade.

Por isso, após as oitivas da quinta-feira, a CEI vai confrontar as informações e, se ficar comprovado que a Braskem utilizou dados falsos para se defender das acusações, não está descartado que a Câmara peça a prisão dos culpados, como explica o presidente da CEI, vereador Francisco Sales (PPL).

“Vamos solicitar à CPRM mais detalhes sobre quais dados foram ocultados, quais foram entregues de forma errada e como isso pode ter comprometido o estudo de um problema tão grave, que afeta milhares de famílias. Diante dessa questão, podemos sim avaliar cautelosamente o pedido de prisão dos dirigentes da Braskem”, afirmou.

Relator da CEI, o vereador José Márcio Filho (PSDB), afirmou que como a Braskem foi apontada como responsável pelos problemas no Pinheiro, Mutange e Bebedouro, a oitiva e a apresentação de documentos por parte do IMA e CPRM podem lhe fornecer material suficiente para que ele conclua o relatório final e apresente aos demais membros da CEI e vereadores da capital.

“A apresentação do relatório feita pela CPRM, e detalhes como os dados incorretos entregues pela Braskem, adiantaram bastante os trabalhos de investigação da CEI. Dessa forma, após ouvirmos os técnicos na próxima quinta-feira, minha expectativa é de que isso seja suficiente para que eu conclua o relatório e apresente-o aos demais membros da CEI, assim como ao restante dos parlamentares. Obviamente, não vamos adiantar os fatos, mas se a Braskem usou informações falsas para continuar trazendo prejuízos ao município de Maceió e milhares de famílias do Pinheiro, Mutange e Bebedouro, não podemos descartar o indiciamento dos diretores da empresa e pedido de prisão”, declarou José Márcio Filho.

O vereador explicou quais os passos do processo, após a conclusão do relatório. “Uma vez aprovado pelo presidente da CEI e seus membros, o relatório será lido em Plenário para que os demais vereadores tomem ciência do que foi decidido. Feito isso, enviamos a documentação para o Ministério Público Estadual [MP/AL]. Se concluirmos pelo pedido de prisão, o MP vai tomar as providências cabíveis”, concluiu o relator da CEI.

A comissão ainda tem como membros a vereadora e secretária da comissão, Silvânia Barbosa (PRTB), além dos parlamentares Beto da Farmácia (PROS), Mauro Guedes (PV), Lobão (PR) e Siderlane Mendonça (PEN).

A Braskem disse que colaborou com a CPRM “com informações relevantes e estudos gerados de forma verdadeira e fidedigna”, conforme nota publicada sobre a ação do Ministério Público Federal (MPF) pedindo a suspensão de suas atividades de maneira responsável.

(Com informações da Ascom CMM)

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