Vereadora Marielle Franco é homenageada em novo samba-enredo da Mangueira
Enredo oficial foi intitulado “História pra ninar gente grande" e cita vereadora assassinada no Rio
A Estação Primeira de Mangueira vai homenagear em seu samba-enredo do Carnaval de 2019 a vereadora Marielle Franco, que foi morta a tiros no dia 14 de março no Rio de Janeiro, ao lado de seu motorista Anderson Gomes. A escolha do tema da apresentação da escola de samba foi feita na noite deste sábado (13) e pretende recontar a história do Brasil na Marquês de Sapucaí, citando o nome da vereadora Marielle.
“Fomos campeões na Mangueira. Pela memória de Marielle e [do motorista] Anderson Gomes e toda luta que ainda virá. São verde e rosa as multidões”, celebrou nas redes sociais Tomaz Miranda, um dos compositores do samba, ao lado de Deivid Domênico, Mama, Marcio Bola, Ronie Oliveira e Danilo Firmino.
O enredo oficial foi intitulado “História pra ninar gente grande”, de autoria do carnavalesco Leandro Vieira, que venceu uma disputa acirrada com outros dois concorrentes.
“A Mangueira não é escola de samba encomendado, a Mangueira é escola de samba escolhido pela comissão julgadora. É uma missão difícil, acho que é o pior momento para o presidente de uma escola de samba e nessa hora quem tem que dar o resultado sou eu. O samba vencedor foi o número um, assinado por Domênico. Esse é o samba vencedor do carnaval de 2019”, disse o presidente da agremiação, Chiquinho da Mangueira, ao G1.
A principal suspeita do assassinato de Marielle e Anderson é a de que milicianos mataram a vereadora carioca por motivação política. Investimentos tecnológicos fizeram o Ministério Pùblico do Rio descobrir o biotipo do assassino, e novos locais por onde o carro passou, na semana passada. Mas a sociedade ainda espera a divulgação do resultado da investigação e a identificação dos criminosos.
Veja samba na íntegra
“Brasil, meu nego deixa eu te contar;
A história que a história não conta;
O avesso do mesmo lugar;
Na luta é que a gente se encontra.
Brasil, meu dengo a Mangueira chegou;
Com versos que o livro apagou;
Desde 1500, tem mais invasão do que descobrimento.
Tem sangue retinto, pisado;
Atrás do herói emoldurado.
Mulheres, tamoios, mulatos;
Eu quero o país que não tá no retrato.
Brasil, o teu nome é Dandara;
Tua cara é de Cariri;
Não veio do céu nem das mãos de Isabel;
A liberdade é um Dragão no mar de Aracati;
Salve os caboclos de Julho;
Quem foi de aço nos anos de chumbo;
Brasil chegou a vez de ouvir as Marias, Mahins, Marielles e Malês.
Mangueira, tira a poeira dos porões;
Ô, abre alas;
Pros seus heróis de barracões;
Dos Brasis que se faz um país de Lecis, Jamelões.
São verde e rosa as multidões”
(Com informações do G1)