Operação Dirty Safe

TRF1 afasta presidente da Assembleia do Acre, e PF apura esquema de R$ 40 milhões

Além do afastamento de Nicolau Júnior (PP), dois deputados cumprirão medidas cautelares

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A Polícia Federal deflagrou, na manhã desta quinta-feira (29), a Operação Dirty Safe, que afastou o presidente do Legislativo acriano, Nicolau Júnior (PP), visando desarticular uma suposta organização criminosa que, de forma estruturada, praticava os crimes de lavagem de dinheiro, peculato, corrupção passiva e ativa, no âmbito da Asssembleia Legislativa do Acre (Aleac). Estão sendo cumpridos 17 mandados expedidos pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1), nas cidades de Cruzeiro do Sul (AC), Rio Branco (AC), e em Manaus (AM). Aação apura a movimentação de R$ 40 milhões, via depósitos em espécie, envolvendo contratos públicos e fornecedores.

Com pedidos de prisão negados pelo TRF1, os deputados Nicolau Júnior (PP) e Manoel Moraes (PSB), mais dois empresários deverão cumprir medidas cautelares. Manoel Moraes não foi afastado do cargo.

Mais de 50 policiais federais cumprem 13 mandados de busca e apreensão, além de dois mandados de afastamento cautelar do cargo público.

A ação resulta da análise do conteúdo de um cofre apreendido com R$ 120 mil na casa do presidente da Aleac, durante a Operação Acúleo, em 11 de setembro. Segundo a PF, foi possível identificar a atuação da suposta organização criminosa, com nítida divisão de tarefas entre seus integrantes e modo de agir sistematizado, que se utilizava da máquina pública e a interposição de pessoas para consecução de seus objetivos, incluindo a contratação de funcionários-fantasmas e do desvio de recursos públicos por intermédio de empresas privadas.

Essa mesma estrutura também seria empregada na realização de atos de ocultação, dissimulação de movimentação, da origem e destino de valores, sendo chefiada, em tese, pelo atual chefe do Poder Legislativo do Acre.

A Operação Dirty Safe acontece uma semana após a Operação Res Principis mirar um esquema de fraudes, ‘fantasmas’ e ‘rachadinha’ na Aleac.

Movimentação suspeita

De acordo com a investigação, um assessor parlamentar efetuou dezenas de depósitos em espécie na conta de uma das empresas investigadas, em valores que ultrapassaram R$ 10 milhões, a referida pessoa jurídica apresenta entre seus sócios um familiar direto do parlamentar ao qual o servidor é vinculado.

De igual modo, um dos sócios de uma outra pessoa jurídica investigada, que possui diversos contratos públicos, realizou mais de 250 depósitos em espécie na conta de sua empresa, grande parte de tais operações apresentam o valor de R$ 99 mil, caracterizando dessa forma, uma clara tentativa de se evitar que as transações fossem comunicadas a Unidade de Inteligência Financeira do Brasil (antigo COAF).

O total de depósitos em espécie durante o período analisado alcança o expressivo montante de aproximadamente R$ 30 milhões.

“A Polícia Federal continuará a investigação e apuração, na tentativa de elucidar a real amplitude da suposta organização criminosa, bem como identificar o grau de participação de cada um dos envolvidos”, conclui a PF. (Com informações da Comunicação Social da PF no Acre)

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