Temor global de recessão derruba bolsas e leva dólar a mais de R$ 4,04
Ibovespa chegou a perder os 100 mil pontos, e fechou pregão em baixa de quase 3%
O dólar fechou em alta nesta quarta-feira (13), acima de R$ 4, com a preocupação do mercado financeiro e investidores com uma possível desaceleração global.
A onda de pessimismo afetou os principais mercados acionários levando a tombos que chegaram a 3%.
Os principais fatores foram os dados econômicos decepcionantes da China e da Alemanha e a curva de juros americana que se inverteu durante o pregão, fenômeno que pode antecipar, na avaliação de investidores, uma recessão econômica.
Indicadores econômicos desses países trouxeram novos sinais de que a guerra comercial travada entre Estados Unidos e China há mais de um ano tem impacto sobre as economias de outros países e pode forçar uma desaceleração global.
Na China, o varejo e a indústria cresceram menos que o esperado, enquanto na Alemanha o PIB (Produto Interno Bruto) encolheu 0,1% no segundo trimestre ante os primeiros três meses do ano, deixando o país à beira de uma recessão.
No Brasil, a moeda norte-americana fechou o dia cotada a R$ 4,0410, alta de 1,78%, no maior patamar desde 23 de maio, período que havia sido turbulento para investimentos.
O real terminou como a terceira moeda emergente que mais perdeu valor ante o dólar, atrás do peso argentino, ainda sob efeito da surpresa política com o avanço da chapa kirschnerista, de esquerda, na disputa presidencial deste ano, e do rand sul-africano.
As Bolsas americanas e a brasileira tombaram ao redor de 3%, em um termômetro da fuga de investidores de investimentos arriscados.
O Ibovespa cedeu 2,94%, a 100.263 pontos. O volume de negócios superou os R$ 21 bilhões, acima da média diária mensal negociada no ano, que é de R$ 16 bilhões.
Outro indicativo que investidores andam pouco dispostos a deixar recursos em ativos de risco, como são os país emergentes, é o saldo de retiradas da Bolsa brasileira. O volume sacado por estrangeiros ultrapassa os R$ 17 bilhões, acima dos R$ 11,5 bilhões que foram retirados durante todo o ano de 2018.
A B3 divulga os dados com dois dias de atraso, portanto sem o impacto do pregão desta quarta. (Com informações da Folhapress)