Tragédia em São Paulo

Temer diz que não se incomodou com hostilidade no local do desabamento

Segundo o presidente, ele não poderia deixar de ir ao local por medo

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Presidente foi recebido no Largo do Paiçandu sob protestos e xingamentos (Foto: Reprodução)

O presidente Michel Temer afirmou nesta quarta-feira, 2, que não se incomodou com as hostilidades que sofreu ao visitar, ontem, 1, o local do Edifício Wilton Paes de Almeida, que desabou no centro de São Paulo, na madrugada. No local, Temer foi xingado e chamado de “golpista”. Quando o carro que conduzia o presidente se movimentou para ir embora, ao menos três pessoas se aproximaram dando tapas no vidro e na lataria. As pessoas foram contidas por policiais militares.

Temer afirmou que, como estava na capital paulista, não poderia deixar de ir ao local da tragédia por temor de manifestações contrárias a ele. “O mal seria eu não revelar a autoridade de presidente, temeroso de uma ou outra hostilidade, que sempre é negativa e não é útil”, afirmou, ao pedir “educação cívica”.

“Acho que o País precisa tomar critérios de educação cívica, mas eu não me incomodei minimamente com isso”, comentou.

O prédio que desabou após o incêndio era uma ocupação irregular por moradores ligados a movimentos dos sem-teto. As declarações dele foram dadas no Itamaraty, após ele participar de almoço com o presidente do Suriname, Desiré Bouterse, quando tentou minimizar os atos contra ele.

“Sabe o que acontece? Eu não me incomodo com isso. O importante era o gesto de autoridade. Você é presidente da República e, num caso como este, convenhamos, uma tragédia das mais dramáticas e com gente muito, naturalmente, muito carente, muito pobre, eu, estando em São Paulo, não comparecer lá seria objeto de crítica. Vocês estariam fazendo a pergunta ao reverso”, afirmou, ao reconhecer que sabia que poderia ser hostilizado na visita.

“Eu sabia que, indo lá, teria alguma hostilidade. Mas eu não me incomodei. Eu fui lá, fiz declarações à imprensa, já havia falado com o ministro da Integração Nacional (Antônio de Pádua Andrade), havia já ligado pro Ministério das Cidades, coloquei-os todos nesta questão, e, portanto, não tem problema nenhum”, observou.

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