Novidade no Brasil

Tecnologia que permite que passageiro despache bagagem não deve baratear passagens

Sistema comum em low cost estrangeiras permite serviço mais rápido e mais autonomia ao passageiro

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Tecnologia permite que o próprio passageiro faça despacho de bagagem.

O Aeroporto de Brasília inaugurou nesta semana dois totens em que o passageiro pode, por conta própria, fazer o despacho da bagagem — sem a necessidade de ir até o balcão da companhia aérea. A tecnologia, comum entre companhias aéreas estrangeiras de baixo custo, ainda está sendo usada em fase de teste e apenas pela Latam.

O sistema funciona da seguinte maneira: o passageiro faz a identificação e a pesagem da mala no totem a partir do cartão de embarque, impresso nas máquinas de check-in ou no celular. Após a identificação na máquina, o passageiro imprime a etiqueta, a colocando na mala. A partir daí, a mala é levada pela esteira e alocada no voo correto pelos funcionários da companhia aérea — procedimento igual ao que acontece atualmente.

A promessa é de que a tecnologia traga mais agilidade ao processo de check-in, que está sendo realizado cada vez mais pelo próprio passageiro. O Aeroporto de Brasília, por exemplo, tem 38 totens de autoatendimento de check-in. Ambos os procedimentos possibilitam que o passageiro não precise do atendimento disponível no balcão das companhias aéreas e, até então, comum aos brasileiros.

Em nota, a Inframerica afirmou que o despacho automatizado de bagagens é oferecido pela concessionária do Aeroporto de Brasília para aumentar as possibilidades dos passageiros em relação ao despacho. “Até o fim de 2019, pretende-se expandir a oferta também às demais companhias aéreas. Assim, os passageiros têm uma melhor e mais ágil experiência aeroportuária”, informou. De acordo com a concessionária, não cabe à Inframerica a decisão em relação ao preço das passagens aéreas.

Sobre um possível barateamento dos bilhetes, provocada pela automatização dos procedimentos, a Latam afirmou apenas que o objetivo da companhia aérea é “permitir mais conveniência aos passageiros e reduzir em até 50% o tempo entre a chegada do passageiro ao aeroporto e sua entrada na área restrita”. Ainda de acordo com a Latam, o sistema está em fase de testes e que o check-in ainda pode ser feito da maneira tradicional.

Outra companhia aérea que faz uso do sistema desde agosto deste ano é a Gol, no Aeroporto Internacional do Galeão, no Rio de Janeiro. A companhia afirma que o serviço otimiza o tempo do passageiro. Em relação aos preços das passagens, “a empresa adota o modelo de precificação dinâmica, permitindo que diferentes públicos tenham acesso ao transporte aéreo, garantindo a oferta de tarifa mais adequada”. Segundo a companhia, cerca de 65% de seus clientes optam as tarifas mais econômcias dentro das ofertadas pela Gol.

Low cost

O sistema de despacho automático de bagagem, o Self Bag Drop (SBD), pode ser uma novidade para os brasileiros, mas é comum entre os passageiros de países europeus, por exemplo. A tecnologia é usada, principalmente, por empresas que oferecem passagens a baixo custo, que cortam alguns serviços para oferecer bilhetes a preços atrativos — desde os processos do check-in quanto ao que é oferecido durante o voo, como lanches que são pagos.

Outro procedimento comum é a cobrança de bagagem, como o que começou a acontecer no Brasil desde a implementação da franquia. A marcação de assento também é paga nas companhias aéreas estrangeiras de baixo custo. Por isso, o preço do bilhete acaba se tornando mais atrativos.

Em termos de custo, o gasto de passagem de ida e volta de Londres para Glasgow, ambos no Reino Unido é de cerca de R$ 100 em uma companhia aérea irlandesa de baixo custo. Bilhetes com o mesmo destino em uma empresa também do Reino Unido, mas que não opera como low cost, custaria em torno de R$ 360. Ambas as consultas, realizadas nesta quarta (3) levando em consideração a cotação da moeda local para este mesmo dia,  não somam o custo do despacho da bagagem ou da marcação de assento.

Em relação a viagens internacionais, a ida e volta de Berlim, na Alemanha, para Paris, na França, custa quase R$ 350 em uma empresa low cost britânica consultada na última simulação. Já em uma companhia aérea francesa que não trabalha nesse sistema, o mesmo itinerário sai pelo valor de aproximadamente R$ 1 mil para o mesmo período.

Em agosto deste ano, a Agência Nacional de Aviação (ANAC) autorizou o funcionamento jurídico no Brasil da empresa aérea Norwegian Air, de origem norueguesa, dando início à vinda das empresas aéreas denominadas de baixo custo ao país. A companhia, terceira maior low cost da Europa, pediu autorização para operar voos entre o Brasil e a Europa de forma direta.

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