Escândalos em Alagoas

Secretários de Renan Filho vão explicar à ALE calote, obras atrasadas e gastos na China

Deputados apuram escândalos na Educação, Esportes, Infraestrutura e Desenvolvimento Econômico

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O mês de setembro promete ser de dor de cabeça para o secretariado do governo de Renan Filho (MDB), que terá que comparecer à Assembleia Legislativa de Alagoas (ALE), para explicar aos deputados estaduais os sucessivos problemas nas pastas de Educação, Esporte, Infraestrutura e Turismo e Desenvolvimento Econômico.

São cobrados por explicações o vice-governador e secretário da Educação, Luciano Barbosa (MDB), e os secretários de Infraestrutura, Maurício Quintella; de Esporte, Cláudia Petuba; e do Desenvolvimento Econômico, Rafael Brito. Os assessores de Renan Filho devem esclarecimentos sobre a ‘Missão à China’, que custou R$ 600 mil; a devolução de cerca de R$ 3 milhões de recursos enviados pela União para o Esporte; o calote de R$ 20 milhões em prefeituras que aderiram ao Programa Escola 10; além da não utilização de R$ 253 milhões em recursos federais que à disposição do governo.

Segundo reportagem de Jonathas Maresia, da Gazetaweb, a secretária de Esporte, Cláudia Petuba, terá seu “convite” apreciado em sessão legislativa do dia 17. E o Ministério Público de Contas (MPC) já abriu um procedimento para apurar o que houve para se devolver R$ 3 milhões para a política pública do esporte.

“Não é razoável que um Estado como Alagoas, um dos menores e mais carentes do País, devolva recursos públicos federais porque não foi capaz de executar aquilo que se propôs a fazer”, reagiu Gustavo Santos, procurador-chefe do MP de Contas ao abrir a investigação na pasta do Esporte.

A reivindicação de explicações públicas dos secretários amplia desgaste do governador Renan Filho, não só com o Legislativo, mas também com seus eleitores, após diversas devoluções de recursos federais enviados ao Estado pobre e historicamente carente de investimentos.

O secretário Rafael Brito, autointitulado chefe da delegação que gastou mais de meio milhão para ir à China com Renan Filho em julho, vai explicar falta de necessidade do gasto público, já que as duas empresas “atraídas” para investir em Alagoas já atuavam no estado: a empresa GPK já havia manifestado em 2018 a instalação no estado; e a ZTT já havia anunciado, em 23 de outubro de 2015, a ampliação do espaço no polo industrial de Marechal Deodoro, conforme expôs o jornalista Carlos Nealdo, em reportagem da Gazeta de Alagoas.

“As notícias que têm saído depois que o governo retornou da China, ou seja, tudo o que o governo anunciou como resultado já estava programado e já era investimento corrente que aconteceria, o que deixa a missão um pouco inócua”, denunciou o deputado Davi Maia (DEM-AL), que provocou o chamamento ao secretário Rafael Brito.

O vice Luciano Barbosa deverá explicar porque as promessas de pagamento de R$ 20 milhões no programa Escola 10 não ocorreu, após nove meses de o governo anunciar a liberação dos recursos em uma solenidade no Centro de Convenções de Maceió. Diante das críticas de parlamentares, o titular da Educação provocou no Instagram: “Enquanto os cães ladram, a caravana passa”, escreveu Barbosa, sem citar nomes.

A paralisia do Canal do Sertão será o tema a ser esclarecido pelo secretário de Infraestrutura e ex-ministro dos Transportes, Maurício Quintella. Parlamentares criticaram que a maior obra hídrica de Alagoas se tornou um “elefante branco” encravado no semiárido, evaporando mais de  R$ 2,5 bilhões em recursos públicos da União e com R$ 250 milhões de verbas federais à disposição, não utilizadas para o desenvolvimento do estado de Alagoas. (Com informações da Gazetaweb)

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