'Rei da Máfia dos Fiscais'

Ex-fiscal da Prefeitura de SP é preso acusado de receber propina da Uninove

José Rodrigo de Freitas teria recebido R$ 1,7 milhão para favorecer a universidade

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Segundo o MP, ex-fiscal do município administrava bens bloqueados em 2015 por enriquecimento ilícito

Foi preso nesta quinta-feira, 21, o ex-fiscal da Prefeitura de São Paulo José Rodrigo de Freitas, acusado de receber R$ 1,7 milhão em propinas para favorecer a Universidade Nove de Julho (Uninove).

Segundo investigação do Grupo Especial de Delitos Econômicos (Gedec), do Ministério Público Estadual, o reitor da instituição, Eduardo Storópolo, e o pró-reitor administrativo adjunto, Marco Antonio Malva – réus por corrupção ativa -, fizeram os pagamentos a Freitas para manter a imunidade tributária da instituição, o que resultava no não recolhimento de impostos.

A denúncia é um desdobramento das investigações da Máfia do Imposto Sobre Serviço (ISS), ação iniciada em 2013 pelo Gedec e pela Controladoria-Geral do Município da capital. Freitas, foi apontado como dono de um patrimônio de R$ 76 milhões, fato que lhe rendeu o apelido de “rei da máfia dos fiscais”. A Justiça concordou com sua prisão preventiva após argumentação do MPE de que ele estava agindo para dificultar as investigações.

O defensor de Freitas, advogado Marcio Sayeg, afirmou que a prisão era “desnecessária”, uma vez que seu cliente estava comparecendo a todas as convocações feitas pelo Ministério Público. “Vou entrar com um pedido de reconsideração e também com um habeas corpus”, disse.

Já o criminalista Igor Tamasauskas, que defende o reitor e o pró-reitor da Uninove, disse que “a postura deles é colaborar para que os fatos sejam elucidados”.

Rei da Máfia

O pedido de prisão preventiva foi feito pelo promotor por Roberto Bodini após Freitas ter tido os bens sequestrados por enriquecimento ilícito e, mesmo assim, segundo o MP, continuar “fraudando a administração judicial”. Os bens de Freitas estão sob tutela da Justiça.

Além dos bens sequestrados, o chefe da máfia do ISS tinha crédito da ordem de mais de R$ 600 mil com terceiras pessoas que lhe conferiam liquidez para uma fuga, informou o MP.

Um pedido de prisão preventiva contra Freitas já havia sido feito em fevereiro, após suspeita de que ele ainda estava administrando bens bloqueados. O pedido que foi negado na época.

Freitas teve os seus imóveis bloqueados em 2015. Entre os imóveis que ele tem, segundo as investigações, estão quatros salas comerciais no mesmo prédio, no Centro, seis casas, seis apartamentos no mesmo hotel e imóveis de luxo na capital, no interior e no litoral. Só em um prédio em Bertioga, perto do mar, ele tem três apartamentos, segundo levantamento da Prefeitura. Ao todo, são 79 imóveis.

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