'Genocídio'

Doria insulta Bolsonaro e, em plena pandemia, faz apelo a atos contra o presidente

Governador de São Paulo tenta culpar o presidente pelo caos no governo do Amazonas

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O governador de São Paulo, João Doria. Foto: Valter Campanato/ABr
Ex-governador de São Paulo João Doria. (Foto: Valter Campanato/ABr)

O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), pediu nesta sexta-feira, 15, que o Congresso Nacional e a sociedade civil reajam contra a condução da pandemia de covid-19 pelo presidente Jair Bolsonaro, muito embora a condução tenha sido atribuída aos governadores por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF). Ao se referir aos mais de 205 mil brasileiros que morreram da doença, ele falou em “genocídio”.

Em entrevista na sede do governo paulista, Doria classificou como “inacreditável” declaração dada mais cedo por Bolsonaro, seu desafeto político, de que o governo federal fez a sua parte para enfrentar o colapso da saúde pública em Manaus, onde pacientes morreram asfixiados por falta de oxigênio.

O presidente se referiu à transferência de recursos (R$8 bilhões) e de materiais, inclusive para a montagem de hospital de campanha, e registrou a presença do ministro e do Ministério da Saúde no Estado.

Além de insultar o presidente de “facínora”, o governador exortou a população a promover atos de protesto contra Bolsonaro, culpando-o e não à imprevidência do governo do Amazonas. “Gente, é o fim do mundo isso! É o fim do mundo! Para quem é pai, quem é mãe, não tem oxigênio para bebê!”, afirmou. O governador ainda disse que os bebês que puderem ser transferidos para São Paulo serão integralmente atendidos no estado.

O tucano também disse que a crise da falta de oxigênio em Manaus é de responsabilidade da “opção pelo negacionismo” e da “política caótica” do governo federal em relação à pandemia.

“O negacionismo dominando o país no governo federal. Um mar de fracasso, colocando como vítimas milhares de brasileiros que perderam a sua vida e outros milhares que podem perder. Está na hora de termos uma reação a isso. Da sociedade civil, dos brasileiros, da população do Brasil, da imprensa, do Congresso Nacional de quem puder ajudar. Ou vamos assistir a isso? Ou vamos assistir a isso por meses e achar que é isso normal, que faz parte e que a ideologia do negacionismo é aceitável?”, completou.

Segundo Doria, não é “razoável que uma situação de caos, como a que vive a capital manauara, seja debitada somente na conta de um prefeito e de um governador”.

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