Ato pró-democracia tem confronto entre torcedores e PM de São Paulo
Protesto foi organizado por torcidas de times de futebol como Corinthians, Palmeiras e São Paulo
Integrantes de diferentes torcidas organizadas do Corinthians, Palmeiras, Santos e São Paulo realizam atos pró-democracia na avenida Paulista neste domingo, 31, em frente ao Museu de Arte de São Paulo (Masp). Os participantes gritavam “democracia”, vestiam preto e usavam máscaras protetivas, em razão da pandemia do novo coronavírus.
Os integrantes da manifestação levavam faixas com dizeres como “somos democracia”. Parte dos participantes é da torcida Gaviões da Fiel, do Corinthians. Eles cantam músicas da torcida organizada e paródias como “doutor, eu não me engano, o Bolsonaro é miliciano”.
No entanto, o protesto terminou em confronto com a Polícia Militar.
A PM usou bombas de gás para dispersar o início de uma briga entre manisfestantes. Dois grupos estavam na Paulista neste domingo. A confusão começou por volta das 14h20. Os bolsonaristas, vestidos em sua maioria de verde e amarelo, estavam próximos à sede da Fiesp. A metros dali, em frente ao Masp, ocorria ato anti-Bolsonaro, denominado ato anti-facista.
Mais cedo, a Polícia havia separado os manifestantes. Ocorreu briga e confusão generalizada, que se estendeu pela Paulista. O disparo de bombas durou pelo menos 20 minutos.
Segundo o coronel Álvaro Camilo, secretário executivo da PM de SP, por volta de 15h, não era possível afirmar ainda quem iniciou a confusão. “As imagens, os atos, analisando claramente vamos saber quem começou”, disse. “A Polícia vai agir agora para manter a ordem. Não interessa o grupo, não interessa o lado.”
A rede CNN Brasil exibiu imagens que mostram que a briga foi provocada por um manifestante que portava bandeira de cunho neonazista.
Confronto com policiais
Por volta das 14h, ocorreu novo confronto, dessa vez entre policiais militares e os torcedores pró-democracia. Os PMs voltaram a atirar bombas de efeito e os torcedores arremessaram pedaços de paus e pedras nos policiais. A PM passou a usar gás lacrimogêneo e a atirar balas de borracha para afastar os manifestantes ligados às torcidas.
“A polícia estava ali entre os dois grupos antagônicos para manter a segurança de todos. Num determinado momento começaram a atirar pedras contra a Polícia militar, que usou bombas de efeito moral”, disse o coronel Álvaro Camilo.
Bolsonaristas, com suas camisas amarelas, foram vistos nas proximidades. A Polícia Militar criou um cordão humano para isolá-los dos torcedores.