Ideb

São Paulo registra piora na qualidade da educação sob governo de Alckmin

Estado ficou com nota 3,8 no ensino médio e foi ultrapassado por Goiás, Espírito Santo e Pernambuco

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Ideb de São Paulo piora no ensino médio e fica atrás de três estados. Foto: Marcelo ribeiro

A rede de ensino de São Paulo perdeu a liderança no principal indicador de qualidade da educação básica, sob o último governo do candidato à presidência Geraldo Alckmin (PSDB), ficando para trás em duas etapas do ensino fundamental e também no ensino médio do estado, onde a situação é mais grave.

De acordo com o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) de 2017, divulgado nesta segunda-feira, 3, pelo Ministério da Educação (MEC), o estado de São Paulo só bateu a meta dos anos iniciais (5º ano / antiga quarta série): a meta era de 6,1 e São Paulo registrou 6,5. Entre as redes estaduais, foi superado por Ceará e Goiás e ficou empatado em terceiro lugar com Minas Gerais.

Na edição anterior, em 2015, São Paulo liderava nos anos iniciais (5º ano) e nos finais (9º ano) do ensino fundamental e também no ensino médio.

No ensino médio, a rede estadual de São Paulo teve queda no Ideb, passando de 3,9 para 3,8. Com esse resultado, o ensino médio de São Paulo foi ultrapassado por Goiás, Espírito Santo e Pernambuco e ficou empatado com Ceará e Rondônia.  A meta era 4,6.

Apesar desse empate, só São Paulo teve queda no indicador entre os mais bem posicionados em 2017. A rede paulista é um dos dez estados que caíram no ensino médio. Em 2015, São Paulo liderava empatado com Pernambuco nesta etapa.

O Ideb consiste em um índice calculado a partir da relação entre taxas de rendimento escolar e média de desempenho em português e matemática medidos em uma prova nacional. Divulgado a cada dois anos, o indicador estabelece metas até 2021.

Os números enfraquecem um dos principais argumentos de campanha de Alckmin. Em entrevistas, o tucano quase sempre cita São Paulo como um exemplo em educação.

O estado mais rico do país é governado pelo PSDB desde 1995. O ex-governador Geraldo Alckmin, que deixou o cargo neste ano, é candidato do partido à Presidência da República. Alckmin governou São Paulo de 2001 a 2006 e depois de 2011 a abril de 2018, quando se afastou para disputar a corrida ao Planalto.

O ensino médio é apontado como um dos maiores gargalos do país. Redes estaduais são responsáveis por oito a cada dez matrículas na etapa. Dos 3,8 milhões de alunos da rede paulista, a maior do país, 40% (1,5 milhão) são de ensino médio.

Embora Alckmin tenha repetido que o estado investe 31% das receitas em educação, o governo paulista tem incluído nos últimos anos gastos com aposentados como sendo para manutenção de ensino.

Só em 2016, R$ 5,1 bilhões declarados como investimentos em educação foram, na prática, repasses para aposentadorias. Ao excluir o orçamento das universidades estaduais, a educação básica recebeu 19% da receita total do estado (em 2016).

A rede paulista administra 5,3 mil escolas em todo estado, o que indica uma complexidade de gestão desafiadora. O estado registra a melhor taxa de atendimento escolar no ensino, com 78,5% de taxa líquida na etapa (que mostra o percentual de jovens de 15 a 17 anos matriculados). Apesar de ainda estar longe da universalização, a taxa no Brasil é bem pior, de 62,7%. (Com informações da FolhaPress)

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