Luto no DF

Rollemberg declara luto pela morte de Campos ‘incansável na luta pela redemocratização do Brasil’

O ex-deputado federal e fundador do PSDB no Distrito Federal morreu na noite de ontem

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Geraldo Campos nasceu em Aracajú, chegou em Brasília em 1958, dois anos antes da inauguração da cidade Foto: Arquivo CSPB

O governador Rodrigo Rollemberg (PSB) decretou luto de três dias no Distrito Federal, pela morte do ex-deputado federal tucano Geraldo Campos, 93 anos. “Foi com profundo pesar que recebi a notícia da morte de Geraldo, político incansável na luta pela redemocratização do Brasil”.

Campos faleceu na noite deste domingo (16), em um hospital particular da Asa Sul, onde estava internado a mais de quarenta dias na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), devido a uma pneumonia.

Rollemberg ressaltou a importância de Campos na história do DF, “Brasília perde um dos seus mais importantes pioneiros, o ex-deputado federal Geraldo Campos. Sua biografia está diretamente ligada à história da cidade, onde ele fincou raízes desde a década de 1950″.

E destacou entre seus feitos, o trabalho com os funcionários públicos. ” Geraldo Campos atuou com firmeza na defesa dos servidores públicos do Distrito Federal, especialmente quando presidiu a Associação dos Servidores da Novacap, e por melhorias na qualidade de vida dos operários responsáveis pela construção da nossa capital”.

O presidente do PSBD no DF, deputado federal Izalci Lucas também lamentou a morte de Campos, a quem acentuou na biografia, a liderança e a participação ativa na luta pela autonomia política do DF. “Em 1988 foi um dos artífices mais importantes na fundação e construção do Partido da Social Democracia Brasileira, especialmente de sua representação na capital do país. O PSDB do DF manifesta solidariedade à família, demais parentes e amigos neste momento de grande dor.”

Biografia 

Geraldo Campos, nasceu em Aracajú, chegou em Brasília em 1958, dois anos antes da inauguração da cidade, e foi admitido na Companhia da Nova Capital (Novacap) em novembro daquele ano.

O ex-deputado participou da denúncia do massacre de operários no acampamento da Construtora Pacheco Fernandes, à época da construção de Brasília, episódio relatado em filme de Wladimir de Carvalho.

Foi presidente da Associação dos Servidores da Novacap por várias gestões e um dos responsáveis pela inclusão da categoria na classe de servidores públicos, tendo, ainda, participação ativa na luta pela criação do 13º salário.

Em 1964, então membro do Partido Comunista, foi preso e condenado por dois anos, durante os quais foi torturado pelo esquema de repressão da ditadura.

Eleito deputado constituinte em 1986, foi presidente da Subcomissão de Direito dos Trabalhadores e Servidores Públicos e relator da Lei 8.112, que institui o Regime Júrico Único do Servidor Público na Comissão de Justiça, Finanças e Trabalho da Câmara dos Deputados.

Geraldo Campos participou ativamente da luta pela representação política do Distrito Federal e, em 1988, foi fundador do Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB)

Geraldo Campos foi condecorado com a Medalha de Serviços de Guerra, como ex-combatente da segunda guerra mundial e com a Ordem do Mérito de Brasília, no Grau de Grande Oficial.

Em 2007 Campos foi condecorado com o título de cidadão honorário de Brasília, em sessão solene na Câmara Legislativa do DF, em seu discurso de agradecimento Campos recordou dos tempos da ditadura.  “Fui para o cárcere, fui espancado, mas vejo que valeu a pena a conquista por aqueles que não têm voz”. (Com informações arquivo CLDF)

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