Investigado por corrupção

Investigado por corrupção, Witzel acusa a PF de ser ‘polícia política’ de Bolsonaro

Ele era investigado pela Polícia Civil do Rio, mas, por ser governador, caso subiu ao STJ, que ordenou a operação Placebo

acessibilidade:
Ex-governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC). Foto: Carlos Magno/Governo do RJ/Arquivo

Alvo da Operação Placebo nesta terça-feira (26), o governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), publicou em suas redes sociais que não tem participação em irregularidades investigadas e denunciadas pelo Ministério Público Federal (MPF).

A corrupção na Saúde do Rio de Janeiro era investigada pela Polícia Civil do Estado, mas, ao chegar no governador, o caso subiu ao Superior Tribunal de Justiça (STJ), e coube ao ministro carioca Benedito Gonçalves ordenar a operação da Polícia Federal.

Apesar de a operação ter sido ordenada à PF pelo STJ, Witzel acusa o governo de Jair Bolsonaro de “oficializar”, com a operação de hoje, a interferência na Polícia Federal. E disse que a corporação “não pode ser a polícia política do governo Bolsonaro”.

O governador que passou de aliado a principal rival de Bolsonaro no Rio de Janeiro disse ainda que estranha e o deixa indignado o fato que afirma ser “absolutamente claro” de que deputados bolsonaristas tenham anunciado em redes sociais nos últimos dias uma operação da Polícia Federal direcionada a ele. E conclui que declarações de aliados do presidente demonstrariam “limpidamente que houve vazamento, com a construção de uma narrativa que jamais se confirmará”.

“A interferência anunciada pelo presidente da república está devidamente oficializada. Estou à disposição da Justiça, meus sigilos abertos e estou tranquilo sobre o desdobramento dos fatos. Sigo em alinhamento com a Justiça para que se apure rapidamente os fatos. Não abandonarei meus princípios e muito menos o Estado do Rio de Janeiro”, conclui Witzel, em suas redes sociais.

A PF cumpre mandados de busca e apreensão no Palácio da Laranjeira, residência oficial, e em endereços do governador Witzel, como sua residência particular e o escritório da primeira-dama Helena Witzel. A operação apura se um esquema de corrupção envolve o Instituto de Atenção Básica e Avançada à Saúde (Iabas) que recebeu R$ 836 milhões do total de R$ 1 bilhão que o governo fluminense destinou a ações de enfrentamento da pandemia de covid-19.

Witzel foi chamado de “estrume” pelo presidente Jair Bolsonaro, na reunião ministerial de 22 de abril, cuja exibição foi liberada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) na última sexta-feira (23), por ordem do ministro Celso de Mello.

Veja a publicação do governador:

View this post on Instagram

"Não há absolutamente nenhuma participação ou autoria minha em nenhum tipo de irregularidade nas questões que envolvem as denúncias apresentadas pelo Ministério Público Federal. Estranha-me e indigna-me sobremaneira o fato absolutamente claro de que deputados bolsonaristas tenham anunciado em redes sociais nos últimos dias uma operação da Polícia Federal direcionada a mim, o que demonstra limpidamente que houve vazamento, com a construção de uma narrativa que jamais se confirmará. A interferência anunciada pelo presidente da república está devidamente oficializada. Estou à disposição da Justiça, meus sigilos abertos e estou tranquilo sobre o desdobramento dos fatos. Sigo em alinhamento com a Justiça para que se apure rapidamente os fatos. Não abandonarei meus princípios e muito menos o Estado do Rio de Janeiro".

A post shared by Wilson Witzel (@wilsonwitzel) on

Reportar Erro