Aquecendo o mercado

Renovações de frotas ajudam no crescimento das vendas de ônibus no Brasil

Só no DF, mais de 720 unidades, sendo 590 da Mercedes-Benz, foram trocadas

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Ônibus novo Mercedes-Benz. Fotos: Mercedes-Benz

Há cerca de sete anos, o Distrito Federal passou por uma renovação completa no sistema de transporte urbano de passageiros. Um novo sistema de concessão foi criado e cinco novas empresas assumiram a administração do modal. Agora, os grupos iniciam a primeira grande atualização de frota, com mais de 700 novas unidades adquiridas. 

Das cinco empresas presentes na capital federal (sem contar a estatal TCB), quatro resolveram comprar as novas unidades com a Mercedes-Benz. Do total, 590 unidades foram adquiridas diretamente com empresa alemã, entre articulados, micro-ônibus e o padrons (os modelos de tamanho normal). 

Atualmente, a frota de ônibus do Distrito Federal é composta por 2.822 veículos (entre todos os modelos), com tempo médio de uso 5,5 anos. Neste ano, estão sendo substituídos 728 unidades. A grande novidade é que, finalmente, terão unidades com portas de acesso dos dois lados. 

Para o diretor de Vendas e Marketing Ônibus da Mercedes-Benz do Brasil, Walter Barbosa, historicamente, Brasília é uma região bastante importante para a marca. “No Geral, temos uma participação superior a 70% da frota do DF”. 

Entre as novas unidades, modelos articulados.

Na última grande renovação, realizada há sete anos com as novas concessões, a montadora também foi escolhida pelas empresas para a aquisição de mais de 2,5 mil ônibus. “Mais uma vez estamos ao lado das companhias de transporte urbano da capital para a substituição de parte da frota”. 

De acordo com Barbosa, a escolha da Mercedes por parte das empresas se deu, principalmente, por três fatores. O primeiro é que o Brasil é responsável pelo desenvolvimento de todos os ônibus tipo chassi da marca no mundo. “Como somos responsáveis por essa elaboração, conseguimos ter produtos adequados para cada segmento e conseguimos atender melhor a demanda brasileira”. 

O segundo ponto é o foco no negócio. De acordo com o diretor, a Mercedes-Benz do Brasil tem áreas específicas para cada um dos segmentos de atuação da montadora (automóveis, vans, caminhões e ônibus). “Cada uma tem sua característica, foco e dinâmicas diferentes. Tendo setores exclusivos, os clientes conseguem ser melhores atendidos e com mais rapidez”. 

“Veículos comerciais contam com atendimentos personalizados, principalmente entre os ônibus. Se eu coloco uma equipe de campo, é um diferencial para o cliente. Com isso, o tempo de manutenção fica menor, assim como o período do carro parado, o que otimiza os custos e ganhos da empresa”, afirma o diretor.  

A Urbi foi uma das empresas a adquirir novos ônibus da Mercedes-Benz. Foto: Paulo H. Carvalho/Agência Brasília.

Por último, a qualidade e durabilidade dos ônibus. “Tudo está ligado, basicamente, ao TCO, que é o custo total da operação. Ou seja, todo um cálculo onde aponta quanto que cada veículo custa por quilômetro rodado. Nisso, a confiabilidade e o baixo consumo de combustível (cerca de 7 a 8% menor) dos nossos modelos são destaques”. 

Segundo Barbosa, as unidades adquiridas pelas empresas brasilienses contam com conjunto mecânico Euro5 (dado que aponto, principalmente, para o consumo de combustível e emissão de poluentes), há sete anos, existiam unidades de Euro3 para baixo, inclusive algumas Euro), muito mais poluentes. 

“Desenvolvidos entre a virada de 2011 e 2012, essa família de ônibus comerciais passaram por melhorias e evoluções ao longo dos últimos anos, como foco na eficiência e no conforto. Assim, podemos oferecer cada vez mais conforto, confiabilidade e menor consumo”.

Entre as unidades que estão desembarcando no transporte urbano do Distrito Federal, há modelos com suspensão integral a ar, o que, de acordo com o executivo, otimiza o conforto a bordo para o passageiro e operadores, além de otimizar o custo de manutenção, com uma vida útil maior do sistema.

Mercado aquecido 

O mercado está com quase 50% de alta no acumulado do ano.

Além de Brasília, outras cidades também passaram por renovações de frota neste ano. Este é um dos fatores para o aumento considerável no mercado de ônibus brasileiro em 2019. Para se ter uma ideia, até outubro, o Brasil emplacou 42.768 unidade, uma alta de 8,63% em relação ao mesmo período de 2018, segundo a Fenabrave. 

Dentre esses números, o de transporte urbano cresceu 44%, enquanto o de micro-ônibus (tem com participação nos modais das cidades), teve uma alta de 52%. Entre as cidades que contribuíram para este crescimento estão Salvador, Curitiba, São Paulo, Belo Horizonte, além de Brasília. 

Outro fator que também pode apontar a escolha das empresas brasilienses pela Mercedes-Benz é que a alemã é, de longe, a que mais vende ônibus no país. A marca da estrela é responsável, até o momento, por 57,45% dos emplacamentos no Brasil.

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