Renan veta alagoano no comando da PRF por ser aliado de seu rival
Tacio Melo é aliado de prefeito que venceu Renan em Maceió
Depois de usar uma nota destemperada para demonstrar o quanto a derrota do PMDB nas urnas de Maceió o atingiu politicamente, o presidente do Senado Renan Calheiros (PMDB-AL) atuou nos bastidores contra o prefeito reeleito da capital alagoana, Rui Palmeira (PSDB), e vetou a indicação de Tacio Melo da Silveira, ex-superintendente de Transporte de Maceió, para a Direção Nacional da Polícia Rodoviária Federal (PRF).
A indicação de Tacio Melo foi do senador José Medeiros (PSD-MT) e antes de ser frustrada pela pequeneza política do senador alagoano, já havia passado pelo crivo dos ministros Geddel Vieira, chefe da Secretaria de Governo; e Eliseu Padinha, da Casa Civil. A informação foi publicada na coluna Radar On-Line, da Veja. E confirmada pelo Diário do Poder.
Representante da PRF no Senado, o mato-grossense José Medeiros conhece Tacio Melo da luta sindical, quando o alagoano foi dirigente da Federação Nacional dos Policiais Rodoviários Federais (FenaPRF).
Mais uma
Esta é a segunda intervenção de Renan que tenta impedir a ascensão política de Tacio Melo. Após mais de três anos, o aliado de Rui deixou o comando da Superintendência Municipal de Transporte e Trânsito de Maceió (SMTT) no prazo de desincompatibilização, em abril, mas não conseguiu disputar o cargo de vereador pelo Solidariedade, porque o presidente do Senado tomou o comando do partido na capital alagoana.
Em julho, o então presidente do diretório provisório da sigla na capital alagoana, Albegemar Cassiano, o Gima da Força, denunciou que Renan teria convencido o deputado federal e presidente nacional da sigla, Paulinho da Força, a garantir a transferência do apoio do partido, de Rui Palmeira, para o candidato do PMDB, Cícero Almeida, o Ciço. Na convenção do PSDB, Gima chamou publicamente Renan de "comprador de partidos provisórios". E o senador nunca negou a intervenção.
A atitude mesquinha de Renan já começa a preocupar os maceioenses que esperam a liberação de empréstimos já aprovados pelo Tesouro Nacional para ações na periferia da capital alagoana, mas que dependem de apreciação do Senado Federal para serem efetivados.
Seria muita covardia se o senador resolvesse penalizar o eleitor maceioense, reagindo à ameaça que o crescimento político do prefeito Rui Palmeira representa contra os projetos eleitorais de Renan e de seu filho e governador de Alagoas Renan Filho (PMDB), que precisam se reeleger em 2018.