Semana da cara-de-pau

Professores da rede pública do DF decidem ‘enforcar’ a semana inteira

Malandragem: como terça (15) é feriado, segunda e quarta viraram 'recesso' e quinta e sexta 'dia letivo móvel'

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Salas de aula vazias em razão da pandemia ou da recusa da pelegada sindical de retomar o trabalho.

Todos os alunos da rede pública do Distrito Federal vão ficar sem aula durante esta semana, em razão de uma manobra que se aproveita do feriado do Dia do Professor, nesta terça-feira (15), para transformar a segunda e a quarta em dias de “recesso escolar” e a quinta e sexta-feiras em “dia letivo móvel”.

A “Semana Cara-de-Pau” manterá em casa, sem aulas e sem merenda escolar, cerca de meio milhão de alunos no DF, a maioria em situação de pobreza, cujo aproveitamento pedagógico é prejudicado não apenas pelo calendário escolar esperto, além da greve anual de professores, independentemente de pauta de reivindicações.

A falta de malandragem semelhante nas escolas privadas do Distrito Federal certamente pode explicar seu melhor desempenho em exames nacionais.

Os pais dos alunos somente tomaram conhecimento da Semana Cara-de-Pau por meio de comunicados de algumas escolas, ainda assim sem autoria definida. Os comunicados eram assinados apenas por “Esquipe Gestora”. Nem sequer têm a dignidade de assinar os papéis com os próprios nomes.

A Secretaria de Educação já institucionalizou a malandragem. Em nota, nesta segunda-feira (14), alegou ser “tradicional” o que chama de “recesso escolar da semana”, como se o dia 15 caísse sempre no meio da semana.

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