Quase um salvo-conduto

Procurador que livrou Alckmin da Lava Jato é primo de Agripino Maia, do DEM

Luciano Mariz Maia pediu ao STJ que ação fosse enviada à Justiça Eleitoral

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Primo de Aliado de Alckmin, Luciano Mariz Maia livrou tucano da Operação Lava Jato (Foto: Ag. Senado)

O vice-procurador-geral da República, Luciano Mariz Maia, que livrou o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin (PSDB) das mãos da Operação Lava Jato, é primo-irmão do senador José Agripino Maia (DEM-RN). O democrata é um velho aliado do tucano. As informações são do jornalista Bernardo Mello Franco, do O Globo.

Ontem, 11, o procurador pediu ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) que enviasse o inquérito contra Alckmin à Justiça Eleitoral, e não ao braço paulista da Lava Jato.

Na prática, isso significa um salvo-conduto para o tucano disputar a eleição sem ter problemas com a polícia.

Em 2006, Agripino quase virou vice de Alckmin na eleição presidencial. Ele reivindicou a vaga, mas foi preterido pelo então senador José Jorge.

A investigação estava no STJ em razão da prerrogativa de foro que o ex-governador detinha. Porém, com a saída do tucano do governo para disputar à Presidência da República nas eleições de outubro, o privilégio chegou ao fim.

O inquérito contra Alckmin foi aberto em novembro de 2017 após a delação de executivos da Odebrecht, que dizem ter repassado R$ 10,3 milhões às campanhas do tucano em 2010 e 2014 por meio de caixa dois. Os recursos teriam sido entregues ao cunhado de Alckmin, Adhemar César Ribeiro.

Na última sexta-feira, em outro desdobramento da Lava Jato, a Justiça Federal em São Paulo ordenou a prisão do ex-diretor da Dersa (estatal de desenvolvimento rodoviário) Paulo Vieira de Souza, nomeado por Alckmin em 2005. Paulo Preto, como é conhecido, é acusado de desviar R$ 7,7 milhões da estatal entre 2009 e 2011.

Alckmin diz desconhecer Paulo Preto e nega ter recebido caixa dois em campanhas.

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