Desastre ambiental

Primeira audiência da CPI do Óleo ouve professores de universidades nordestinas

Até agora, a Marinha não identificou a origem do vazamento

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Vazamento de petróleo já atingiu 11 estados Foto: Brenda Dantas

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Câmara dos Deputados que investiga as origens das manchas de óleo que se espalharam pelo litoral do Nordeste realiza hoje sua primeira audiência pública.

Relembre
As primeiras manchas de óleo apareceram no litoral da Paraíba no fim de agosto. Logo atingiriam trechos de praias nos nove estados do Nordeste. Hoje, o Ibama já detectou a presença de fragmentos de óleo cru em quase 800 pontos do litoral, inclusive em praias dos estados do Espírito Santo e do Rio de Janeiro, na região Sudeste.

Até agora, a Marinha não identificou a origem do vazamento. Voluntários e uma força-tarefa de vários órgãos públicos trabalham no recolhimento do óleo. Alguns voluntários apresentaram problemas de saúde ao manter contato com o material. O impacto da contaminação para a saúde humana e a economia das cidades litorâneas ainda é incalculável.

Debatedores
Foram convidados para discutir o desastre ambiental com os parlamentares:
– o professor do Instituto de Ciências Biológicas da Universidade de Pernambuco  Clemente Coelho Jr.;
– o engenheiro de pesca, Coordenador do Salve Maracaípe e professor da Universidade Federal de Sergipe, Daniel Brandt Galvão; e
– o responsável pelo Laboratório de Análise e Processamento de Imagens de Satélites (Lapis) da Universidade Federal de Alagoas Humberto Alves Barbosa.

No mês passado, o Lapis divulgou uma imagem de satélite em que é possível ver uma mancha de óleo próximo ao litoral da Paraíba, que indicaria que o crime ambiental foi cometido por um petroleiro navegando entre a África do Sul e a América do Sul com o aparelho que indica sua localização desligado.

Por meio de nota, a Marinha descartou a teoria dos pesquisadores do Lapis. “O Centro de Hidrografia da Marinha, por meio do estudo das correntes oceânicas e simulações computacionais, concluiu que a hipótese apresentada não geraria
o espalhamento de manchas que foi observado em nosso litoral. Ademais, o óleo apareceria no litoral bem antes de 30 de agosto, data do primeiro registro”, afirma a nota.

A audiência foi sugerida pelos deputados Alice Portugal (PCdoB-BA), Rodrigo Agostinho (PSB-SP) – presidente da Comissão de Meio Ambiente – e deputado João H. Campos (PSB-PE) – relator da CPI.(Agência Câmara)

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