Presidente do STJ anula liminar e libera obra do Museu da Bíblia em Brasília
Projeto não usará recursos orçamentários e sim de emendas parlamentares
O ministro Humberto Martins, presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), suspendeu medida liminar em vigor desde o dia 1º deste mês, da 7ª Vara da Fazenda Pública do DF, que interrompia atos administrativos e as obras do Museu da Bíblia, em Brasília.
A ação foi movida por uma certa “Associação Brasileira de Ateus e Agnósticos (Atea), que tentava impedir a construção do museu tão logo foi anunciada pelo governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), em 2019.
Os recursos para o Museu da Bíblia foram viabilizados por meio de emendas parlamentares de deputados que são evangélicos ou reconhecem a importância da obra.
Ideia original de Niemeyer
O Museu da Bíblia é inspirado em uma ideia desenvolvida em 1987 pelo arquiteto Oscar Niemeyer, que elaborou croquis e um estudo preliminar para um projeto chamado “Memorial da Bíblia”, que ganhou o direito a um terreno de 15 mil metros quadrados no Eixo Monumental.
Presidente do Instituto Niemeyer e coautor do projeto, o arquiteto Paulo Sérgio Niemeyer, bisneto de Oscar, é o responsável pelo detalhamento dos projetos básico e executivo, que possibilitam a execução da obra.
– O Museu da Bíblia é uma síntese de um trabalho do Oscar Niemeyer em termos de arquitetura e de estrutura. Como ele mesmo descreve no croqui original, ele queria que a construção surgisse do chão como algo que viesse da natureza.
O governador Ibaneis Rocha retomou a ideia do projeto e assinou, em outubro, um termo de compromisso para aplicar recursos de emendas parlamentares na construção do memorial.
Ele determinou que cada parlamentar deve destinar, aproximadamente, R$ 500 mil por ano ao longo do projeto, que ficará sob a gestão da Sociedade Bíblica do Brasil, após a inauguração. A ideia é que o Museu da Bíblia receba mais de 100 mil visitantes por ano.