Chupa, Doria

Prefeito desafia Doria e autoriza uso da cloroquina no tratamento do coronavírus

Bruno Covas e os médicos advertem que o remédio só pode ser administrado por médicos

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Bruno Covas, prefeito da cidade de São Paulo - Foto: Rovênia Rosa/Agência Brasil.

Em claro desafio ao governado João Doria, do seu partido, o prefeito de São Paulo, Bruno Covas, anunciou nesta quinta-feira (9) que a Secretaria Municipal da Saúde incluira a cloroquina como uma das formas de tratamento para o coronavírus nos hospitais municipais.

Essa questão era tabu, no tucanato paulista. O médico infectologista Davi Uip, que se curou da doença administrado cloroquina nele mesmo, mesmo com a responsabilidade de coordenar o Centro de Contingência do Coronavírus em São Paulo, recusou-se a informar a população como se curou da doença.

Segundo os próprios político do PSDB, Uip não confessou publicamente o uso da cloroquina “para não desagradar o governador”, uma vez que o medicamento vem sendo defendido pelo presidente Jair Bolsonaro.

Covas lembrou que o uso da substância só é autorizado para pacientes internados e sob duas condições, quando houver prescrição do médico e desde que o uso seja autorizado formalmente pelo paciente ou por sua família.

“Já determinei à Secretaria de Saúde para que ela possa adquirir mais desse material. Temos hoje 6 mil cápsulas à disposição. Como cada paciente precisa de seis, já temos medicamentos para tratar mil pessoas que estejam internadas”, disse o prefeito.

“Ainda não é possível ser uma política pública porque não temos ainda pesquisas concluídas [sobre a eficiência do medicamento]. Mas havendo prescrição do médico e a concordância do paciente, a secretaria passou a integrar esse medicamento no protocolo de atendimento da covid-19”, disse Covas.

Para pacientes internados

Em entrevista coletiva, David Uip disse que o uso da cloroquina deve ser feito com muito cuidado, já que se trata de um medicamento com efeitos colaterais.

“A cloroquina está indicada para pacientes internados, desde que prescrita pelos médicos com aceite formal assinado pelo paciente. Temos enorme experiência com a cloroquina. Ela é usada há muitos anos no tratamento da malária. É uma droga importante, mas com efeitos colaterais não desprezíveis. Ela deve ser utilizada sob prescrição e observação médica”, disse Uip, ressaltando que sua eficiência ainda não foi comprovada cientificamente.

Também ontem (8), o secretário estadual da Saúde, José Henrique Germann, disse que São Paulo já recebeu 200 mil comprimidos de cloroquina, que estão sendo distribuídos para uso nos hospitais públicos.

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