Crime em Suzano

Polícia pede prisão de terceiro participante de massacre em escola

Delegado diz que ataque em Suzano foi planejado desde novembro

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Dono de estacionamento diz que Guilherme e Luiz Henrique, por vezes, chegavam com outro jovem ao local e guardavam mochilas e sacolas no veículo

A Polícia Civil está investigando a participação de uma terceira pessoa, de 17 anos, na organização do atentado na Escola Estadual Raul Brasil, em Suzano. Este suspeito era colega de classe do atirador Guilherme Taucci Monteiro, também de 17 anos, e teria ajudado no planejamento do crime. Segundo a polícia, ele estava na cidade de Suzano no momento do ataque, mas não foi até a escola.

O jovem já foi ouvido pela polícia civil, que pediu à Vara da Infância e da Juventude a apreensão do adolescente e espera autorização.

Há um vídeo em que uma terceira pessoa aparece junto com os dois assassinos dias após eles terem alugado o carro usado no atentado. O aluguel do carro foi pago com cartão de crédito.

Pessoas que conviviam com os atiradores disseram à polícia que já tinham ouvido deles referência ao caso de Columbine, nos Estados Unidos, que deixou 13 mortos e 24 feridos em 1999. “Quem ouviu eles falando sobre isso ou não levou a sério ou ficou com medo”, disse o delegado-geral de Polícia Ruy Ferraz Pontes.

O delegado disse também que, até o momento, é uma “presunção” que um dos assassinos tenha atirado no outro e depois se suicidado. A conclusão sobre a morte dos assassinos depende ainda de informações que serão trazidas pela perícia.

De acordo com Pontes, a polícia diz que não há elementos suficientes até o momento que indiquem que o uso da deep web tenha sido determinante para o atentado.

O delegado-geral informou que não está claro ainda se a morte de Jorge Antonio de Moraes, tio de Guilherme, foi motivada por vingança, já que ele chegou a contratar o sobrinho para trabalhar em sua empresa, mas teve que demiti-lo por causa de pequenos furtos.

O delegado-geral apontou Guilherme como o líder do grupo que premeditou o atentado. Ele disse que a polícia tem, por enquanto, indícios de que o massacre vinha sendo arquitetado desde novembro passado.

Estacionamento

Horas antes, em depoimento à polícia de Suzano, Éder Alves, dono do estacionamento onde os atiradores guardavam o carro usado no crime, disse que, por vezes, os dois chegavam ao local juntamente com outro jovem.  Segundo Alves, Guilherme e Luiz Henrique iam ao local acompanhados desse rapaz e pediam para deixarem o carro estacionado na vaga mais ao fundo, distante da visão da guarita do estacionamento e da rua.

“Eles me pediram para deixar o carro parado lá. Eu conhecia o Guilherme, porque ele já tinha ido várias vezes ao estacionamento quando trabalhava na locadora do tio, o Jorge. Eles deixavam carros estacionados com a gente às vezes”, disse Eder, ao sair de depoimento na delegacia de Suzano.

Segundo o proprietário do estacionamento, os garotos chegaram pela primeira vez com o carro, um Ônix branco, no dia 21 de fevereiro. Até o dia 25, entraram e saíram algumas vezes com o veículo e acompanhados desse terceiro rapaz.

“Eram sempre educados, e pagavam em dinheiro. O mais velho não sabia dirigir direito. Uma vez me ofereci para manobrar o carro e ajudar, mas não me deixaram”, diz Eder.

O dono do estacionamento diz que nunca entrou no carro. A chave não ficava no local. Do dia 25 ao dia 7 deste mês, os adolescentes deixaram o carro estacionado ali. O estacionamento fica a duas quadras da escola Raul Brasil.

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