Polícia indicia ex-presidente do Flamengo por homicídio no CT do clube
Em fevereiro, dez atletas morreram após incêndio em alojamento improvisado
O ex-presidente do Flamengo Eduardo Bandeira de Mello e outras sete pessoas foram indiciadas por homicídio com dolo eventual — quando se assume o risco de matar — pelo incêndio que matou dez atletas no Centro de Treinamento do clube, conhecido como Ninho do Urubu.
Os jogadores da base do clube residiam em um contêiner, usado como alojamento provisório. Os investigadores apontaram diversas irregularidades estruturais e elétricas no local, considerado incompatível com a destinação de dormitório.
Ficou constatado ainda a falta de reparos dos aparelhos de ar-condicionado instalados no alojamento improvisado. O Ministério Público do Rio de Janeiro já havia negado a regularização da situação do dormitório. Até o incêndio, o Flamengo foi multado diversas vezes por descumprimento da ordem de interdição.
As chamas que levaram a morte dos dez jovens entre 14 e 16 anos foi um curto-circuito em um dos aparelhos de ar-condicionado do dormitório. O fogo se alastrou rapidamente devido ao material do revestimento que dividia o contêiner.
Treze jovens escaparam ilesos e outros três precisaram ser resgatados. Alguns dos jovens que residiam no local estavam fora do CT no dia da tragédia, já que treinos foram cancelados pelas fortes chuvas que atingiram a cidade dias antes do incêndio.