Operação Ragnarok

Polícia da Bahia prende três por calote de R$ 48 mi em respiradores para estados nordestinos

Consórcio pagou por 300 aparelhos que não foram entregues, e recursos não foram devolvidos

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A polícia baiana deflagrou, na manhã desta segunda-feira (1), a operação Ragnarok, que cumpriu três mandados de prisão e 15 de busca e apreensão em Salvador, São Paulo, Rio de Janeiro e no Distrito Federal, contra quadrilha que fraudou a venda de R$ 48 milhões em respiradores hospitalares para o combate à pandemia de covid-19 em estados nordestinos. O alvo da operação foi a empresa Hempcare, com sede em São Paulo, que é alvo de processo administrativo instaurado pelo governador baiano, Rui Costa (PT).

O grupo foi descoberto graças à denúncia do Consórcio Nordeste, que tentou adquirir 300 respiradores para o combate ao Coronavírus com a empresa. O estabelecimento se apresentava como revendedor dos produtos. De acordo com as investigações, a empresa tentou negociar de forma fraudulenta com vários setores no país, entre eles os Hospitais de Campanha e de Base do Exército, ambos em Brasília.

A Polícia Civil baiana identificou que o contrato que a empresa alvo das operações alegava ter com uma empresa chinesa, na verdade, era falsificado. E a embaixada da China comunicou que a empresa que os alvos da operação alegaram como fabricante dos respiradores na China é uma empresa de construção civil, que não comercializa esse tipo de equipamento.

A empresária que teve os bens bloqueados judicialmente alegou que fez o contrato para importar respiradores da China, mas que durante as negociações teria percebido problemas nos equipamentos fabricados no país asiático. A empresa afirmou que, informalmente, ofereceu como contrapartida respiradores produzidos no Brasil, testados pela Anvisa e mais baratos. Proposta que, se fosse aceita, resultaria na entrega de mais 100 respiradores, além dos 300 contratados.

“Diante disso, foram pedidos bloqueios de conta, busca e apreensão, prisões para que houvesse a busca pela recuperação do recurso. A situação tratada [pela empresa] como um mero descumprimento de contrato, não procede. Nas buscas feitas hoje na fábrica dessa empresa, em Araraquara [SP], esses equipamentos não foram montados. Ou seja, eles estavam na expectativa de conseguir a autorização da Anvisa para montar esses equipamentos e com o dinheiro pago antecipadamente pelo Consórcio Nordeste, eles iam fabricar. Então, houve na verdade, a tentativa de ludibriar o Consórcio”, explicou ao G1 o secretário de Segurança Pública da Bahia, Maurício Barbosa.

A operação, coordenada pela Secretaria da Segurança Pública da Bahia, através da Superintendência de Inteligência, conta com a participação da Polícia Civil da Bahia, através da Coordenação de Crimes Econômicos e Contra Administração Pública, da Polícia Civil de SP, do Distrito Federal e do Ministério Público da Bahia. Mais de 150 contas bancárias vinculadas ao grupo foram bloqueadas pela Justiça. (Com informações da Ascom da SSP da Bahia e do G1)

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